O presidente Temer, cuja legitimidade no cargo é muito questionada por vários setores, vem mostrando uma altíssima capacidade em cometer gafes e inadequações em seus discursos e entrevistas. Ou seja, tem falado bobagens.
Ficou mundialmente famoso o discurso de sua excelência no dia internacional da mulher quando falou da importância da mulher para a economia ao localizá-la, dentro do contexto social e econômico, no interior do supermercado fazendo compras. Segundo a autoridade máxima do país, a mulher quem detecta a inflação por ser da alçada dela a atividade de pegar mantimentos nas prateleiras do grande comércio.
Agora, o presidente se utiliza novamente de uma comparação com os arranjos familiares tradicionais para dizer que nossa economia necessita de "maridos" para conter os gastos. Quem sabe o presidente irá indicar o ator Luigi Baricelli, que apresenta o programa "escola para maridos" como novo ministro da economia.
Durante muito tempo, uma parcela de pessoas criticava o ex presidente Lula por realizar analogias com o futebol quando tentava explicar as questões nacionais. Porém, as atuais analogias com uma estereotipada relação homem e mulher no instituto familiar nos deixam muito saudosos daquele tempo em que se explicava a economia através de um suposto jogo do corínthians.
Michel Temer parece partir de um local de fala que pouco conhece a realidade da maioria das famílias brasileiras. Quando coloca a mulher como uma espécie de "dondoca" que faz compras e gasta muito no cartão, que necessita da presença do marido para fiscalizar a conta, refere-se tão somente a um pequeno grupo social da elite financeira brasileira. A realidade é bem diferente. As mulheres têm sido as verdadeiras gestoras da economia na maior parte das famílias. Os casamentos acabam e a mulher fica com a responsabilidade sobre a casa e a criação dos filhos. Em muitos casos elas que precisam vigiar para a economia doméstica não ser tragada pelos vícios com bebidas de seus companheiros. Por isso, as verbas do programa bolsa família ficavam sob a gestão das mães.
Há quem acredite que essas "gafes" são intencionais, para amealhar a simpatia de direita ultraconservadora que vem mostrando força no cenário nacional ultimamente.
Contudo, é muito complicado quando temos membros dos altos escalões burocráticos, tanto no legislativo, executivo e judiciário, totalmente "divorciados" da realidade social e econômica da maioria do povo.
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