Se a judicialização da política, vista nos últimos tempos, fosse uma partida de xadrez, poderíamos comparar a delação feita contra Temer e Aécio como a estratégia de se entregar uma ou algumas peças ao adversário em troca de um melhor posicionamento no tabuleiro para efetuar o xeque-mate.
Acontece que a narrativa de que a operação lava-jato se trata de uma perseguição judicial à Lula, o chamado lawfare, vinha ganhando força. A própria queda da popularidade do Lula atingiu um patamar e dali em diante se inverteu a tendência. Mesmo com toda articulação entre processos e mídia, Lula vinha com crescimento consistente nas pesquisas de opinião. Era necessário criar um fato novo.
Neste sentido, a delação contra o político que tomou o lugar de Dilma (Temer) e de um velho cacique do principal partido de oposição ao PT (Aécio - PSDB) serviria para resgatar a credibilidade da operação junto ao público. Tanto que mal foi veiculada a nova delação, instantaneamente os analistas da televisão passaram a utilizá-la para afirmar que era a prova de que não há seletividade nas investigações. A delação da JBS serve para sanear todas as dúvidas que se tinha sobre um suposto uso político do processo.
Da mesma forma, alguns canais de televisão cujo jornalismo caía vertiginosamente em descrédito junto aos telespectadores, também se aproveitou das delações para armar um grande circo de ataque ao presidente interino, exigindo a sua renúncia, e tentar reescrever a sua história de jornalismo seletivo. Pois já não se acreditava que certas mídias faziam jornalismo, mas que eram verdadeiros partidos políticos de oposição ao governo do PT.
Para reescrever a história da operação lava-jato e da grande mídia era necessário que se entregassem cabeças numa bandeja de prata. Aí entra a questão da baixa popularidade de Temer e Aécio.
Aécio terminou as últimas eleições com um grande capital político de quase metade da população brasileira. Dilma venceu com pouco mais da metade dos votos. Foi Aécio quem iniciou todo o processo do impeachment realizando seguidas acusações de fraude nas eleições. E curiosamente foi desidratando seu eleitorado no passar do tempo. Perdeu para Bolsonaro a posição de antagonista a uma candidatura de esquerda. E tornou-se um empecilho a outras figuras do PSDB com potencial de crescimento.
Temer, que nunca foi uma liderança das massas, introduziu uma agenda de reformas totalmente impopular que baixou sua aprovação para menos de 10% nas pesquisas. Sua impopularidade colocava em risco a execução das próprias reformas exigidas pelo grande capital especulativo.
Assim, a saída de cena da dupla Temer e Aécio era desejada para a continuidade da mudança econômica e política que se deseja implementar e, ainda, ajudaria a salvar a imagem das ferramentas utilizadas para uma "tomada hostil" do governo e da agenda política do país.
Porém, tentaram incluir na delação do rapaz da JBS a tal "bala de prata" contra o presidente Lula. Ao mesmo tempo que trouxe elementos fortes contra Temer e Aécio, também disse ter financiado a campanha petista. Vê-se a tentativa de criar uma ideia associativa na mente dos espectadores. Ora, se a delação serviu para enquadrar Temer e Aécio, também serve para enquadrar Lula.
Mas o teor das duas partes da delação foram muito diferentes. Enquanto em relação a Temer há uma conversa, nada republicana, gravada anunciando vários crimes e, contra Aécio, além da conversa, várias imagens e o dinheiro em espécie; contra Lula a delação da JBS seguiu o mesmo padrão das outras que já foram feitas. Disse que fez isso ou aquilo para o Lula e Dilma, mas que nunca conversou diretamente com eles. Apenas falou com terceiros. E nem em relação a esses terceiros há nada material, como gravação de áudio. Que tem uma conta com dinheiro para o Lula mas que está em nome do próprio delator e que o dinheiro nunca saiu.
Até agora, para quem tiver um olhar mais atento e menos seletivo, a delação da JBS só está reforçando a tese de lawfare (perseguição jurídico-política) contra Lula.
Parece que o golpe só terminará com a total impossibilidade de um retorno de Lula ao governo.
Mas a quem interessa essa imposição de uma agenda econômica que destrói o mercado interno brasileiro? Não parece crível que seja algo de interesse do empresariado.
Quem está realmente governando o Brasil ?
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Acontece que a narrativa de que a operação lava-jato se trata de uma perseguição judicial à Lula, o chamado lawfare, vinha ganhando força. A própria queda da popularidade do Lula atingiu um patamar e dali em diante se inverteu a tendência. Mesmo com toda articulação entre processos e mídia, Lula vinha com crescimento consistente nas pesquisas de opinião. Era necessário criar um fato novo.
Neste sentido, a delação contra o político que tomou o lugar de Dilma (Temer) e de um velho cacique do principal partido de oposição ao PT (Aécio - PSDB) serviria para resgatar a credibilidade da operação junto ao público. Tanto que mal foi veiculada a nova delação, instantaneamente os analistas da televisão passaram a utilizá-la para afirmar que era a prova de que não há seletividade nas investigações. A delação da JBS serve para sanear todas as dúvidas que se tinha sobre um suposto uso político do processo.
Da mesma forma, alguns canais de televisão cujo jornalismo caía vertiginosamente em descrédito junto aos telespectadores, também se aproveitou das delações para armar um grande circo de ataque ao presidente interino, exigindo a sua renúncia, e tentar reescrever a sua história de jornalismo seletivo. Pois já não se acreditava que certas mídias faziam jornalismo, mas que eram verdadeiros partidos políticos de oposição ao governo do PT.
Para reescrever a história da operação lava-jato e da grande mídia era necessário que se entregassem cabeças numa bandeja de prata. Aí entra a questão da baixa popularidade de Temer e Aécio.
Aécio terminou as últimas eleições com um grande capital político de quase metade da população brasileira. Dilma venceu com pouco mais da metade dos votos. Foi Aécio quem iniciou todo o processo do impeachment realizando seguidas acusações de fraude nas eleições. E curiosamente foi desidratando seu eleitorado no passar do tempo. Perdeu para Bolsonaro a posição de antagonista a uma candidatura de esquerda. E tornou-se um empecilho a outras figuras do PSDB com potencial de crescimento.
Temer, que nunca foi uma liderança das massas, introduziu uma agenda de reformas totalmente impopular que baixou sua aprovação para menos de 10% nas pesquisas. Sua impopularidade colocava em risco a execução das próprias reformas exigidas pelo grande capital especulativo.
Assim, a saída de cena da dupla Temer e Aécio era desejada para a continuidade da mudança econômica e política que se deseja implementar e, ainda, ajudaria a salvar a imagem das ferramentas utilizadas para uma "tomada hostil" do governo e da agenda política do país.
Porém, tentaram incluir na delação do rapaz da JBS a tal "bala de prata" contra o presidente Lula. Ao mesmo tempo que trouxe elementos fortes contra Temer e Aécio, também disse ter financiado a campanha petista. Vê-se a tentativa de criar uma ideia associativa na mente dos espectadores. Ora, se a delação serviu para enquadrar Temer e Aécio, também serve para enquadrar Lula.
Mas o teor das duas partes da delação foram muito diferentes. Enquanto em relação a Temer há uma conversa, nada republicana, gravada anunciando vários crimes e, contra Aécio, além da conversa, várias imagens e o dinheiro em espécie; contra Lula a delação da JBS seguiu o mesmo padrão das outras que já foram feitas. Disse que fez isso ou aquilo para o Lula e Dilma, mas que nunca conversou diretamente com eles. Apenas falou com terceiros. E nem em relação a esses terceiros há nada material, como gravação de áudio. Que tem uma conta com dinheiro para o Lula mas que está em nome do próprio delator e que o dinheiro nunca saiu.
Até agora, para quem tiver um olhar mais atento e menos seletivo, a delação da JBS só está reforçando a tese de lawfare (perseguição jurídico-política) contra Lula.
Parece que o golpe só terminará com a total impossibilidade de um retorno de Lula ao governo.
Mas a quem interessa essa imposição de uma agenda econômica que destrói o mercado interno brasileiro? Não parece crível que seja algo de interesse do empresariado.
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