Vem aumentando a ocorrência de pessoas encontradas mumificadas em seus apartamentos. Em diversos países europeus, onde o clima frio e seco colabora para que os corpos sequem sem entrar em putrefação, tem crescido o número de pessoas solitárias que falecem em seus apartamentos e casas sendo encontradas muito tempo depois.
O jornal "El Pais" trouxe uma reportagem sobre a senhora de nome Rosário, que só foi descoberta morta em seu apartamento após 5 anos do acontecido, ainda que estivesse rodeada por cerca de 130 vizinhos. Como era uma pessoa introvertida e conversava pouco, sua ausência não foi notada pelos outros moradores. Esta foi a justificativa dada pela maioria dos vizinhos. Vários fatos semelhantes têm acontecido na Espanha e em outros países europeus. Ocorre notadamente com pessoas idosas e solitárias.
O atual modelo de capitalismo que estimula uma intensa competição entre as pessoas, levando ao individualismo, tem gerado a perda das habilidades colaborativas e solidárias entre as mesmas. A vida solitária, principalmente das pessoas mais idosas, é uma das consequências.
Na primeira metade do século passado ainda era comum que os indivíduos da mesma família vivessem juntos, na mesma casa ou próximas. Na zona rural, especialmente, os pais, avós, tios, irmãos e primos costumavam morar e trabalhar na mesma propriedade rural. Os jovens casavam e continuavam morando na propriedade familiar. Com tal organização social era necessário o desenvolvimento da empatia e da colaboração entre os diversos entes. Por exemplo, até a década de 50 era comum que nessas propriedades rurais houvesse apenas dois carros, sendo um de passeio e outro utilitário. O carro utilitário ficava por conta do transporte de materiais do sítio ou fazenda. Assim, quando as pessoas da família desejavam ir ao centro urbano precisavam entrar em acordo sobre quais deles iriam em determinado dia e em qual carro. A vida comunitária exigia do homem a construção de redes e canais de colaboração e solidariedade.
Depois, a própria economia criou estímulos para a fragmentação familiar. Cada núcleo constituído por pais e filhos deveria ter a sua casa própria. Isso incrementaria o setor da construção civil. Cada casa também precisaria de uma geladeira, fogão, televisão, etc. E conforme os filhos cresciam o ideal pregado é que deveriam sair da casa da família e comprar outra casa, mais uma geladeira, outro fogão, televisão e etc. Um grande estímulo à indústria em geral.
Atualmente, fomos levados a um estado de fragmentação social tão grande que sequer enxergamos a pessoa ao lado. Apenas queremos ver as "curtidas" e "likes" na tela de um telefone celular. A troca humana passou a ser feita por caracteres e estatísticas dadas em números.
Os idosos atuais já estão sofrendo as consequências do mundo socialmente fragmentado. Os idosos de amanhã sofrerão mais ainda. A atual geração jovem tende a ficar muito solitária na velhice.
Na primeira metade do século passado ainda era comum que os indivíduos da mesma família vivessem juntos, na mesma casa ou próximas. Na zona rural, especialmente, os pais, avós, tios, irmãos e primos costumavam morar e trabalhar na mesma propriedade rural. Os jovens casavam e continuavam morando na propriedade familiar. Com tal organização social era necessário o desenvolvimento da empatia e da colaboração entre os diversos entes. Por exemplo, até a década de 50 era comum que nessas propriedades rurais houvesse apenas dois carros, sendo um de passeio e outro utilitário. O carro utilitário ficava por conta do transporte de materiais do sítio ou fazenda. Assim, quando as pessoas da família desejavam ir ao centro urbano precisavam entrar em acordo sobre quais deles iriam em determinado dia e em qual carro. A vida comunitária exigia do homem a construção de redes e canais de colaboração e solidariedade.
Depois, a própria economia criou estímulos para a fragmentação familiar. Cada núcleo constituído por pais e filhos deveria ter a sua casa própria. Isso incrementaria o setor da construção civil. Cada casa também precisaria de uma geladeira, fogão, televisão, etc. E conforme os filhos cresciam o ideal pregado é que deveriam sair da casa da família e comprar outra casa, mais uma geladeira, outro fogão, televisão e etc. Um grande estímulo à indústria em geral.
Atualmente, fomos levados a um estado de fragmentação social tão grande que sequer enxergamos a pessoa ao lado. Apenas queremos ver as "curtidas" e "likes" na tela de um telefone celular. A troca humana passou a ser feita por caracteres e estatísticas dadas em números.
Os idosos atuais já estão sofrendo as consequências do mundo socialmente fragmentado. Os idosos de amanhã sofrerão mais ainda. A atual geração jovem tende a ficar muito solitária na velhice.
Reportagem sobre as pessoas que se tornaram múmias modernas:
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Não vejo nenhum problema com isso. Nascemos sós e morremos sozinhos. Muitos vivem rodeados de familiares por necessidades diversas e mesmo sem nem se suportarem, e nem sequer podem morrer sozinhas.
ResponderExcluirConcordo plenamente. Antes só que mal acompanhado, abaixo a simbiose kkkk....!
ExcluirNascemos sós? Por acaso a minha mãe estava presente no meu nascimento...
ExcluirQuem lhe disse que morreremos sozinhos? Em muitos casos a pessoa pode não morrer só. Sobre ''nascemos sozinhos'', nem vou comentar, tamanha a burrice da afirmação.
ExcluirNascemos só? Geralmente tem a pateira o médico e uma família nos esperando.
ExcluirNascemos só? Geralmente tem a pateira o médico e uma família nos esperando.
Excluirgostaria de saber quem nasce sozinho? pq nem Jesus cristo fez essa proeza! justificar esse sistema demente que é o capitalismo, é o mesmo que assinar um atestado de burrice
ExcluirAo menos morrem jos seus apartamentos, tem suas casas pra morrer....
ExcluirBons tempos em que as famílias moravam próximas. Eu cresci assim e era maravilhoso!! Porém, os tempos são outros e temos que nos adaptar às mudanças.
ExcluirTriste realidade, pois o tempo leva aqueles com quem vivenciamos parte de nossas vidas.
ExcluirQuando a solidão é imposta torna-se prisão. O expurgo social dos mais velhos expõe nossa face animal...
ResponderExcluirPeraí, estão defendendo que vivamos hoje como se vivia há cem anos?
ResponderExcluirAcho que não, apenas resgatarmos as coisas boas do passado e as adaptarmos ao nosso tempo, como a cohousing, por exemplo.
ExcluirNão. Estão defendendo que vivamos como se vive em Cuba, onde três famílias dividem um imóvel de três cômodos.
ExcluirAhhhh, como é doce o socialismo!
Helena, acredito que o blog apenas tenha descrito como eram as relações antigamente e como elas são hoje... não me parece que estão a defender um retrocesso no modus operandi da sociedade moderna, mas sim propondo uma reflexão sobre como seguir a partir dessa visão - e isso depende da individualidade de cada um, e ninguém tá certo ou errado, pois cada qual deve decidir como viver a própria vida... O final do texto soou um tanto "deprê" ou fatalista, mas entendo que seja por empatia às pessoas que são solitárias-esquecidas, poderia ter enaltecido o fato de que muitas pessoas têm o apoio dos familiares e amigos na velhice e que isso é um indício de que nada está perdido, mas aí vai do humor do autor no dia que escreveu :)
ExcluirPONDERADA E INTELIGENTE SUA COLOCAÇÃO. PARABÉNS! (como as pessoas são extremistas, não?) rs rs
ExcluirPois é, uma maravilha viver nessa familia hierarquizada, onde quem mandam são os mais velhos e os homens, todo o undo fuxicando a sua vida e te dizendo o que fazer. Nossa, quero muito.
ExcluirE qual o problema de se viver como há 100 anos? Quem te falou que o seu modo de vida particular é muito superior? Como você pode ter tanta convicção? Isso é tudo mera questão de opinião e condicionamento cultural.
ExcluirA questão atual não é somente o morar sozinho! O que se discute São as relações entre as pessoas!
ExcluirE TRISTE QUE DAQUI ALGUNS ANOS,FICAR VELHOS E SOZINHOS.VERDADES UM EXEMPLO VOCE SENTA NO LADO DE UMA PESSOA NUM ONIBUS NUMA VIAJEM DE 40 MIN ELA NAO TIRA O OLHO DO CELULAR..
ExcluirDamos muito mais valor para conquistas materiais do que a convivência familiar. Não é necessário morar junto e tal, mas, poh, levar meses por vezes para visitar um parente idoso, virou comum e banal. O negócio é só trabalhar, trabalhar e trabalhar, conquistar, exibir a conquista, esquecendo-se que, nada irá conosco dentro do caixão. Algo a se pensar sobre aonde este egoísmo moderno está nos levando!!!
ResponderExcluirVamos falar do socialismo que mata de fome na Venezuela???? Porque isso ai não tem nada a ver com capitalismo isso tem a ver com solidão.
ResponderExcluirMeu Deus!! Cara, vai te tratar! Uma crítica ao capitalismo não significa apoio ao socialismo. O texto constata uma consequência lógica decorrente do modo de vida que temos hoje e que ontem não existia. É só para prestarmos mais atenção no outro, só isso, capice?
ExcluirVenezuela não é socialista, colega. Deixa de ser burro.
ExcluirTaxa de mortalidade infantil no Brasil (país riquíssimo), 18 mortes por cada 1,000 nados-vivos.
ResponderExcluirTaxa de mortalidade infantil na paupérrima Cuba : 4.5 mortes por 1,000 nados-vivos.
Mas presumo que, como me dizia um dia uma cubana exilada, "o que é que isso interessa?"
Poderia publicar números bem piores de outros países da América Latina, (sobre esta e outras taxas de desenvolvimento), onde as classes médias e acima, não outorgam a condição de humanos às pessoas senão após determinado nível de renda ou condição racial. Como afectam "os outros" e não as populações do seu grupo social declaram a superioridade absoluta do capitalismo, coisa de que aliás têm a absoluta certeza e nem a mínima sombra de dúvida. E igualmente muito crentes na preferência por elas pelo Altíssimo pois que consideram a pobreza como castigo pelo pecado e não o resultado de um sistema iníquo.
P.S. Tenho as minhas dúvidas sobre a bondade dos regimes socialistas sul americanos mas não tenho nenhuma dúvida sobre onde preferiria ser pobre.
Capitalismo provoca mumificação!!!
ResponderExcluirKatzo.....
Tá parecendo a teoria de que celacanto provoca maremoto.
Cretinice não tem limite.
A solidão na velhice tem se tornado algo comun, antes vivíamos na mesma casa por falta de opção ou por costume mesmo! Hoje cada que ter seu canto ( privacidade) a população jovem se adapta bem , pois ficamos sós , porém rodeado por tecnologia, assim fica fácil ! A população idosa cresce e infelizmente o número de pessoas depressivas também. Será que a tecnologia faz tão bem? Entendo que a mesma traz diversos benefícios, mas como em toda situação, também traz prejuízos! Acredito que não devemos retroceder , acho essa palavra muito pesada ! Penso ,devemos resgatar valores ! Pra isso , não é necessário morar na mesma casa ou na vizinhança. Que tal usarmos de empatia!? Uma visita ,uma ligação ,um bom dia mais caloroso! Parafraseando o cantor Jauperí , ''gente a gente precisa de gente que goste de gente ".
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ExcluirNão tem solidão nem ismdosos no socialismo.. ahaaa. Contioutra Pedro II ahannn ... Ele deve-se revólver no paraíso lendo isso em seu nome.
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ResponderExcluirUm comentário pior que o outro, um grande número de acéfalos comentando, confundiram toda a matéria, apenas deram uma passada de olhos e querem opinar, aaa mas claro alguns tem curso superior, pior ainda, significa que é um analfabeto funcional.
ResponderExcluirAté pq no comunismo elas eram assassinadas antes de morrerem de solidão.
ResponderExcluirÉ sim para se pensar sobre o isolamento das pessoas,a solidão que muitas vivem por falta de convívio,elas se isolam ,não é a questão de morar só ou com pessoas...pode-se morar sozinha é ter muitos conhecidos,amigos se relacionar socialmente com pessoas.Quanto a morrer sozinha não há mesmo diferença tanto faz,mas fatos como esses conota mais uma vez a vida de solidão,engrossando as estáticas de que que cada vez mais o ser humano se fecha e isso é ruim,penso que não deve ter muitas alegrias quem vive assim.É preciso se relacionar para que haja trocas e aprendizado.Quando nascemos não nascemos sozinhos ,quantas pessoas em volta para a recepção para essa nova vida...enfim viver deveria ser um relacionamento sempre com muitas pessoas,gerando amor,empatia e solidariedade...o mundo se tonaria mais leve e a vida mais significativa.
ResponderExcluirO INDIVIDUALISMO CHEGOU AO SEU GRAU MAIS ABSURDO ONDE O OUTRO NÃO EXISTE...olhar o passado não significa voltar a ele mas procurar neles referencias para a construção do presente
ResponderExcluirVERDADE
ExcluirEu prefiro quando as famílias viviam juntas nos tempos antigos. E os mais velhos eram amados e respeitados.
ResponderExcluirManchete cretina... Mal-intencionada. O texto do jornal El País não faz qualquer menção a capitalismo nem sobre individualismo. Como uma pessoa pode ser tão cínica???
ResponderExcluirEstá bem claro que a matéria do El Pais foi usada apenas como ponto de partida para o autor escrever o próprio texto, com a opinião dele. Nada de cínico, cretino ou mal-intencionado :)
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ResponderExcluirIsso não tem nada a ver com capitalismo. Quem disse que temos que se casar e continuar vivendo na casa dos pais? E os netos? Ao se casassem, deveriam também agregar à casa dos avós e assim indefinidamente? Que tolice!! Pensamento raso e pueril!
ResponderExcluirputz, as pessoas morrerem é culpa do capitalismo? hahaha
ResponderExcluirA solução pode ser aumentar a construção de comunidade de idosos, mas se a pessoa não quiser se relacionar, ela tem o direito de morrer só e ser achado(a) mumificado.
ResponderExcluirO ser humano é ser social, e casos como esse nada mais é do que um sintoma de uma doença coletiva. Nascemos e morremos sozinhos? A ciência mais avançada começa desafiar esses conceito com teorias que vão desde da descoberta do observador sobre o observado, passando pela ligação vibracional da matéria e até o fato de sermos na verdade uma única consciência. Dê uma pesquisada nas últimas teorias da Física como as da física quântica, teoria de sistemas complexos, entre outras. Não é misticismo, nem leitura mística da ciência, e sim a ciência convergindo para uma nova forma de entender a existência. Aliás, há um povo que já sabe sobre isso há pelo menos 5700 anos, os sábios Judeus que atingiram um grau de desenvolvimento que permitiu verdadeira proezas no conhecimento falam sobre isso no que conhecemos hoje como sabedoria da KABBALAH. Pesquisem os escritos de Rav Michael Laitman e BAAL HASULAM. Lembre-se que Freud, Einstein e tantos expoentes das artes, negócios e ciências tiveram algum contato mesmo que indireto com essa tradição. Aliás, causa espanto que a tradição judaica tenha mais prêmios Nobels que qualquer outra. Não que seja um atestado da sabedoria da Kabbalah, mas uma influência em como essa sabedoria ajuda no desenvolvimento humano. E assim no entendimento de nossa existência
ResponderExcluirDeixa ver se entendi o capitalismo, e não a destruição da familia, a desvalorização das tradições onde o velho é considerado inútil e ultrapassado, o fortalecimento coletivismo opressor onde o patrulhamento policamente correto impede qualquer diálogo fora da caixinha, é que estão deixando as pessoas solitárias e individuaistas...
ResponderExcluirO pensamento esquerdoso mais uma vez concluindo o impossível e torcendo a verdade... Triste como sempre...
Será que estes que afirmam que nascem só, são filhos de chocadeiras???��������
ResponderExcluirVelho ditado, aqui na terra de José de Alencar: "Cada um morre como viveu..."
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