quinta-feira, 18 de maio de 2017

Se o povo não mudar, o Brasil não vai mudar !




Com a iminência da queda do presidente Temer, após as denúncias e supostas provas gravadas sobre obstrução da justiça, muito tem se falado das possíveis soluções para a continuidade da vida institucional brasileira. Setores desejam a posse da ministra Carmem Lúcia provisoriamente na presidência, até as eleições de 2018, pois seria considerado um governo técnico e não envolvido na lava-jato. Visto que o presidente da Câmara também foi delatado. Há quem deseje a intervenção militar. Tem um grupo que entende que deveria se fazer uma alteração constitucional passando o país para o parlamentarismo e nomeando um primeiro ministro. E a maioria quer eleições diretas já.

Porém, nenhuma destas propostas traz esperanças de melhorias. As eleições diretas dariam um novo ar de legitimidade ao governo. Mas alguém realmente acha, que nas condições do nosso congresso, algum presidente consegue estabelecer um programa estratégico para a nação?

Você pode até acreditar na boa vontade de candidatos como Bolsonaro, Ciro Gomes, Marina, Lula e outros. Mas, ainda que seu candidato vença e seja uma pessoa bem intencionada o atual congresso irá deixar governar e votar acatando propostas do interesse nacional ? Achamos difícil.

Podem até dizer que, então, há que se fazer eleições gerais. Mudar também toda a composição do congresso. Mas aí entra a questão do caráter político de nosso povo. Não adiantam eleições gerais se continuamos a votar em nomes que não demonstram se pautar pelas questões do interesse público e, principalmente, das camadas mais baixas da população.

Se o povo não mudar, o Brasil não muda.

A nossa classe dominante sofre ainda hoje com os efeitos do histórico colonial. Toda colônia tem sua classe dominante formada por setores subservientes aos interesses das metrópoles. E nossa classe dominante continua, ainda hoje, reproduzindo esta lógica. É diferente em países que têm uma tradição histórica em lutar por sua autonomia. Por exemplo,  os russos quando abandonam o modelo da URSS não entram no modelo capitalista para ser satélite dos centros financeiros já estabelecidos. Ainda que tenham errado a rota de início, estão jogando para serem protagonistas. Isso acontece com outras nações que lutaram muito pela sua independência e autonomia.

Por isso, nossa classe média teria um papel fundamental e estratégico nesta equação. Pois constitui parte letrada da nossa população e que não se beneficia dos grandes esquemas de interesses internacionais. Contudo, nossa classe média reproduz o discurso da classe dominante. Em parte por alienação política, em parte por desejar garantir pequenas migalhas de privilégios que só podem existir em países com grandes diferenças sociais como os do terceiro mundo. Por exemplo,  ser classe média e ter o privilégio de contratar uma diarista. 

A classe baixa, que é a base da população, é a mais afetada por essa realidade e a que mais teria condições de pressionar mudanças, por conta do seu gigantismo numérico. Mas essa imensa fração social é mantida inerte com a ação truculenta da polícia, uma educação com enorme deficiência, condições precárias e estafantes de trabalho e, ainda, por problemas específicos de violência nas comunidades onde residem. Acabam tão envolvidas com suas guerras intestinas, com as facções de traficantes que desejam dominar a área da comunidade, que acabam perdendo contato com a política da urbe e do país.

Apesar de todos estes fatores, temos de realizar um grande esforço, todos nós, para sair deste estado de alienação que mantém, por séculos, um país riquíssimo com uma população paupérrima. E todas as propostas vão no sentido de piorar a situação da população. Vide as reformas trabalhistas e previdenciária. 

Precisamos urgentemente quebrar as correntes que nos mantém presos olhando para o fundo da caverna, que são os grandes jornais da televisão !

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