segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Evolução Sanitária da Cidade do Rio de Janeiro






  • Rio de Janeiro colonial e imperial : marcado por epidemias associadas ao pouco cuidado com os dejetos. A cidade inicia a construção de uma rede de esgoto sanitário a partir de 1862.

  • República: o discurso higienista era acionado, principalmente, quando se desejava expulsar camadas populares das áreas a serem valorizadas pela especulação privada ou administração pública.

  •  Mudanças de Paradigma: a partir de 1930 a área de saúde passou a privilegiar as ações que priorizassem a previdência, a proteção e o seguro social, substituindo as ações sobre o meio pelas ações sobre o indivíduo.

  • Ações de Estado (pós-1930): através da Inspetoria de Águas e Esgotos (IAE), investiu pesadamente na expansão e adensamento da zona sul. Os investimentos nos subúrbios priorizaram os interesses do setor produtivo (indústrias).

  • Política Nacional de Saneamento (1967):  Visava superar a situação crítica em que se encontrava o saneamento, agora pensado como infraestrutura urbana e produtiva.

  • Anos 1980: apesar do aumento global no atendimento, verificaram-se grandes distorções  em termos de cobertura, favorecendo-se regiões industriais e de alto poder aquisitivo.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Dia 20/08/2015: A Nova Corrente da Legalidade.






Este se assemelha a mais um daqueles momentos históricos em que o povo precisa se posicionar a favor de um país mais justo e democrático. Após ficar cristalizado um discurso conservador, nas passeatas do domingo 16, que mistura fascismo com ódio de classe e outros ingredientes pouco aconselháveis a uma sociedade que postula uma posição de destaque dentre as nações.

A questão da luta contra a corrupção deve ser algo constante e que não se restringe a um único partido ou administração. A corrupção, como fator humano, estará presente sempre, necessitando eterna vigilância e desenvolvimento de metodologias para seu combate.

Desta forma, acreditamos que vivemos época interessante no combate à corrupção. Nunca vivemos em nenhum  outro momento histórico tanto interesse em se combater os desvios. 

Ainda assim, acredito que se houve corrupção neste governo, não foi diferente no anteriores. Não se pode afirmar se houve e em qual grau ocorreu corrupção pois não aconteceu apuração adequada. Não houve vontade das instituições em apurar como há agora. 

Mas um simples raciocínio aponta para a conclusão que, se comprovado casos de corrupção nos governos, não é possível afirmar que o atual teve grau maior de corrupção.

Pois vejamos que desde a redemocratização do país não houve exemplos de grandes obras de infraestrutura. A maior obra ainda tinha sido a realizada pelos governos militares, que foi a usina de Itaipu. Só no governo de Lula e Dilma se investe em grandes obras de infraestrutura, como a usina de Belo Monte (uma nova Itaipu), outras usinas de médio porte, o grandioso projeto da calha do São Francisco, dentre outros. Ainda devemos acrescentar que nestes atuais governos tivemos o maior investimento na área social, com distribuição de renda através das bolsas que combatem a fome, programas de financiamento de estudos e da casa própria. E tudo isto sem que em momento algum se socorresse de vultosos empréstimos junto ao FMI. Os governos dos dois últimos presidentes não recorreram uma única vez ao endividamento internacional. Por outro lado, ainda efetuou o pagamento de parte importante da dívida externa perante o Fundo Monetário Internacional.

Assim, se há agora ou se houve corrupção no passado só a investigação dos órgãos competentes pode afirmar. Contudo, a memória vivida nestes períodos sugere que se houve a corrupção não tem como ter sido maior nos governos atuais.

Além do que, como li em outro artigo, aquele que votou em Aécio e sai às ruas se dizendo paladino contra a corrupção demonstra um discurso contraditório. Pois o candidato Aécio também, ao tempo do pleito eleitoral, era acusado de desvios de verbas em Minas Gerais, como no caso da construção de aeroporto nas terras do titio.

Por isso, como fez Leonel Brizola para garantir a posse de João Goulart, através da cadeia da legalidade, temos agora a nossa obrigação de garantir a manutenção da legalidade!

Dia 20/08 é a nossa vez de articular a marcha da legalidade !!!




segunda-feira, 17 de agosto de 2015

A Revolução do Barbante (Pré-História)




O discurso que reconstrói o passado está ligado às condições do momento em que é proferido. Durante o período em que o sexo masculino dominou o campo da arqueologia e da história, o discurso privilegiava as narrativas que colocavam aquele sexo como protagonista dos fatos, com o imaginário de grandes caçadas e combates entre tribos.

Atualmente, através da luta pela igualdade de gêneros, mais e mais mulheres vêm dividindo os espaços acadêmicos com os homens e, desta forma, novas narrativas, sob nova perspectiva, vão surgindo. Uma das mais interessantes trata-se da "revolução do barbante".

Surge o entendimento que o trabalho de fiação e invenção do barbante teve importância sine qua non na conquista do espaço natural pelos grupamentos dos primeiros humanos. Através da analogia com os grupos indígenas atuais, pode-se concluir que este trabalho era precipuamente dirigido e efetuado pelas mulheres.

E a invenção da criação do barbante promoveu uma verdadeira revolução tecnológica naquelas comunidades. A possibilidade de se amarrar os objetos deu nova qualidade aos apetrechos utilizados. As cabanas tornaram-se mais seguras. A tecelagem dos fios constituindo tecidos e roupas trariam maior resistências às intempéries. A confecção de cestas e redes foram decisivas para a melhoria da alimentação dos grupamentos humanos.

A visão dos caçadores lutando contra grandes mamutes vai sendo contestada, como se vê no filme 10.000 A.C. Possivelmente, os caçadores pré-históricos caçavam, vez por outra, animais de grande porte. Contudo, nada indica que essa tenha sido a regra alimentar do período. Imaginar um homem lutando apenas com uma lança contra um touro já é algo complicado, imagine mesmo um grupo deles lutando contra um grande mamute. Desta forma, provavelmente os caçadores quando abatiam um mamute deveria ser algum já muito velho e doente.

A concepção da rede foi fundamental para a dieta proteica naquele recorte temporal. Estendia-se uma armadilha de redes por um local estratégico. Então, os caçadores se colocavam em posição oposta à da armadilha e vinham caminhando realizando grande algazarra e barulho, assustando animais de pequeno porte (coelhos e outros roedores) que fugiam em direção às redes. Assim, estes constituíam a base do cardápio.

Estas e outras narrativas são encontradas na obra: O Sexo Invisível: o verdadeiro papel da mulher na pré-história. Autores: J.M. Adovasio,  Olga Soffer e Jake Page.

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