terça-feira, 9 de maio de 2017

O supositório de maconha e o conflito de narrativas.





Durante a maior parte da vida sempre acreditei piamente nas narrativas oficiais, da grande mídia e dos figurões acadêmicos. Atualmente, no entanto, a dúvida tornou-se constante em relação a quase todas as posições vindas do senso comum institucional.

Nunca tive dúvidas sobre os terríveis malefícios gerados por plantas como a maconha. Embora  sempre tenha me sentido muito bem com o chazinho de boldo que a avó fazia quando sofria com problemas digestivos. Em relação ao cigarros, seja de maconha ou qualquer outro vendido legalmente no mercado, sempre mantive grande distância por conta de problemas respiratórios desde a infância. Nunca gostei de fumaça de qualquer tipo.

Contudo, nos últimos anos a cannabis sativa vem sendo redimida após um série de pesquisas que demonstram sua larga utilidade medicinal. Noutro dia, li um artigo sobre freiras que cultivavam a planta para uso medicinal. Também é conhecido o uso do cigarro da planta para amenizar as crises de pacientes com dores fortes e crônicas, como aqueles com câncer. Até o glaucoma já é beneficiado pela planta demonizada por tanto tempo. A última notícia que vem tomando as redes é a fabricação de um supositório vaginal feito com a erva que acaba com as dores da menstruação.

Diante de narrativas que vêm mudando através dos tempos, fica a dúvida se o discurso anterior era tão violento contra a planta por ser cultivada por pequenos agricultores em regiões pobres da América do Sul e, agora, que a planta foi apropriada pelas grandes indústrias farmacêuticas, muda-se o tom da fala. Inclusive, a planta recebeu nomes e siglas próprias do vocabulário farmacêutico, como TCH, dando um ar de credibilidade. Ser "maconheiro" é uma coisa, usuário de TCH outra !

É uma tarefa difícil detectar a sinceridade nestes dias. Melhor consultar o ervanário, se é que eles ainda existem !!!

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