quarta-feira, 10 de maio de 2017

Setores evangélicos contra a lei da imigração. Medo de futura concorrência islâmica ?





Temos visto alguns religiosos e parlamentares da chamada bancada evangélica se posicionando contra a nova lei da imigração. Nesses dias, em um jornaleiro, vi na capa de um tabloide evangélico o título em letras grandes de uma matéria atacando a referida lei. 

Essas manifestações seriam um tanto contraditórias visto que o discurso religioso deveria se pautar por uma orientação inclusiva. Ao menos, esse parece ser um dos grandes ensinamentos cristãos que podemos interpretar das páginas do novo testamento. Por isso, há um estranhamento nessa súbita onda xenófoba em razão da possível chegada de refugiados das zonas de guerra atuais. Aliás, a guerra também é algo que deveria ser condenado pelos religiosos. Assim como a liberação de armas de fogo para a população em geral.

Talvez, a explicação se encontre mais em fundamentos de mercado do que de fé. Ocorre que muitas igrejas cresceram alimentando um tipo de religiosidade que podemos chamar de fundamentalista. Quando se colocam como donos de uma verdade e de um julgamento divino. Onde o outro é tido como ímpio, não salvo, e o irmão de fé como salvo e ungido de Deus. Essa postura de classificar e julgar as pessoas de outros grupos leva à mentalidade fundamentalista.

Inclusive, num discurso contra a lei de imigração, já adiantaram que um ato terrorista teria acontecido no Brasil quando um rapaz de origem árabe teria jogado algo em manifestantes conservadores em São Paulo. Ora, se formos condenar todo um grupo por conta da atuação e um ou alguns não sobraria ninguém no país. Lembremos do incidente em que pessoas ligadas a igrejas atacaram uma menina que trajava roupas de candomblé e outros grupos que invadiram e destruíram vários terreiros. Isso também poderia ser considerado terrorismo.

Com a chegada dos refugiados de origem islâmica o 'mercado" da fé no país ganharia um concorrente. O crescimento de grupos islamizados poderia competir pelos corações e mentes do brasileiro comum. E aquele grupos islâmicos que também possuem essa visão fundamentalista já teriam um terreno bem pavimentado por essas igrejas cristãs que adotam essa postura.

Diga-se, no entanto, que isso se refere somente a uma parte dos evangélicos. Pois existem muitas igrejas sérias e que trabalham uma religiosidade sadia, inclusiva e que visa a evolução do espírito e do caráter humano. Destaco, especialmente, os que seguem a teologia da missão integral, dentre outros.

É curioso que não houve condenação da proposta do governo em alterar a lei sobre estrangeiros que desejem comprar grandes propriedades em terras no Brasil. 

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