quarta-feira, 17 de maio de 2017

As rotas da seda: antigas e moderna.





Os chineses desenvolveram a manufatura da seda no segundo milênio antes de Cristo. Pegavam as lagartas do bicho-da-seda e as colocavam numa espécie de pequenas tendas de palha. Neste local elas teciam os seus casulos. Depois, coletavam os casulos que eram colocados em água fervendo. Neste procedimento, o fio da seda se desprendia e podia ser enrolado e fiado. Desde o início a seda foi um produto caro, voltado para as classes dominantes. Mesmo os criadores das lagartas não se vestiam de seda. A tradição chinesa no comércio de tecidos se estende pela idade média. Neste período, o ocidente por séculos se vestiu com tecidos de cor única. Foi na China que se inventou a estamparia, cujos tecidos desenhados chegaram pela rota da seda até os nobres europeus.

A seda se transformou no grande produto de exportação chinesa. A rota da seda é baseada nas informações do geógrafo Marino de Tiro (110 d.C.), que foram reproduzidas por Ptolomeu (170d.C.). A arqueologia descobriu vestígios das negociações entre chineses e o império romano em porto localizado no litoral da Conchinchina. Onde encontraram moedas romanas. Existiam duas rotas da seda na antiguidade: uma por terra, atravessada por caravanas de mercadores, e outra por mar.

Essas rotas da seda cruzavam o sul da Ásia e ligavam comercialmente o oriente e a Europa. É considerada a maior rede comercial do mundo antigo e, de certa forma, fundamentou a posição do comércio em relação ao início do mundo moderno. Tanto oriente como o ocidente ampliaram seu conhecimento através das trocas culturais geradas por esta rota comercial.

Nos dias atuais, a China lançou plano ambicioso de reativar a antiga rota da seda. Constitui um projeto Chinês para integração da Ásia, Europa e África sob o nome de OBOR: one belt, one road. E a África é contemplada com a vantagem de servir de trampolim comercial global. Também constitui uma estratégia da diplomacia chinesa no mundo globalizado.

Este projeto também visa elevar o patamar de importância comercial dos BRICS. Neste domingo passado, dia 14 de maio, em Pequim, houve um encontro entre 28 chefes de Estados, quando diversos tratados comerciais foram firmados para retornar a famosa rota comercial. O governo brasileiro não compareceu com nenhum representante.

É o Brasil se apagando da história !

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Referências bibliográficas:

  • Giordani, Mário Curtis. História da Antiguidade Oriental. 15 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.
  • Trevisan, Claudia. Os chineses. São Paulo: Contexto, 2009.





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