O historiador Arnold J. Toynbee ( 1889 - 1975 ) é considerado um dos grandes nomes em sua área. Nasceu numa aristocrata família londrina de intelectuais. Seu tio, de mesmo nome, já havia escrito uma festejada obra sobre a revolução industrial. Outro dos seus tios era importante filólogo e biógrafo de Dante Alighieri. Sua mãe também era professora de história. Toynbee estudou na Universidade de Oxford. Na Universidade de Londres lecionou o idioma grego e história. Escreveu um ensaio sobre a antiga Grécia: "Hellenism, the History of a Civilisation", em 1959. Em período que o paradigma do materialismo histórico dominava a academia de história, o professor Toynbee se colocava como um intelectual conservador. Simone de Beauvoir o citou com destaque em seu livro "O pensamento de direita, hoje".
Como pensador da história, se negou a realizar obras e monografias que abordassem recortes temáticos pontuais, que se transformou quase que na regra dos trabalhos acadêmicos atuais. Para Toynbee, a super especialização temática ou mesmo a chamada "história em migalhas" era um reflexo da concepção industrial aplicada à academia. Se interessava pelos processos mais amplos, que podiam universalizar as experiências e explicações do fenômeno humano. Também enfatizou a importância do conhecimento geográfico como auxiliar no entendimento das diversas culturas.
A sua obra prima no campo da historiografia foi "Um Estudo da História". Esta obra foi redigida originalmente em 12 volumes. No Brasil, há uma tradução resumida da editora Martins Fontes em um único volume. Nesta obra, o professor buscou compreender o processo de nascimento, crescimento e queda das civilizações sob um modelo de estudo comparado global. Identificou alguns fatores como a cultura, a visão e a motivação como sendo elementos determinantes daquelas civilizações que se tornaram, em determinado momento, hegemônicas. Posteriormente, os estudos de Toynbee foram aplicados à administração empresarial. Por analogia, as empresas poderiam usar os mesmos fatores identificados para o sucesso das civilizações na competição pelos mercados no âmbito internacional.
Na "apresentação" da edição em volume único de "Um estudo da história", Toynbee traz um relato cronológico de como se desenvolveu o seu interesse pela história. Sua curiosidade pela matéria começou ainda na infância, tendo a influência da mãe, que também era historiadora, e de seu tio-avô, que havia sido capitão de um navio a vela na rota das Índias Orientais. O trabalho da mãe e as histórias contadas pelo tio-avô alimentavam a paixão pelo estudos de outras terras e culturas. Em 1914, quando estourou a primeira guerra mundial já se encontrava lecionando em Oxford, quando constatou a importância da história para explicar um mundo que mergulhava no caos. Estudante da língua e história grega, se identificou com Tucídides, historiador da antiga Grécia, que também viveu em época de guerras fratricidas. A analogia entre o momento grego, vivido por Tucídedes, e seu próprio momento na primeira guerra mundial descortinou a sua forma de ver a história, através da análise comparada das diversas civilizações através do tempo.
Concluindo, deixamos um trecho escrito por Toynbee:
"A humanidade seguramente se destruirá, a não ser que consiga desenvolver-se como uma só família. Para isto, temos de familiarizar-nos mutuamente com as nossas histórias, pois o homem não vive apenas do presente imediato. Transitamos num fluxo de tempo mental, lembrando o passado e aguardando - com esperança e medo - o futuro que se aproxima".
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Como pensador da história, se negou a realizar obras e monografias que abordassem recortes temáticos pontuais, que se transformou quase que na regra dos trabalhos acadêmicos atuais. Para Toynbee, a super especialização temática ou mesmo a chamada "história em migalhas" era um reflexo da concepção industrial aplicada à academia. Se interessava pelos processos mais amplos, que podiam universalizar as experiências e explicações do fenômeno humano. Também enfatizou a importância do conhecimento geográfico como auxiliar no entendimento das diversas culturas.
A sua obra prima no campo da historiografia foi "Um Estudo da História". Esta obra foi redigida originalmente em 12 volumes. No Brasil, há uma tradução resumida da editora Martins Fontes em um único volume. Nesta obra, o professor buscou compreender o processo de nascimento, crescimento e queda das civilizações sob um modelo de estudo comparado global. Identificou alguns fatores como a cultura, a visão e a motivação como sendo elementos determinantes daquelas civilizações que se tornaram, em determinado momento, hegemônicas. Posteriormente, os estudos de Toynbee foram aplicados à administração empresarial. Por analogia, as empresas poderiam usar os mesmos fatores identificados para o sucesso das civilizações na competição pelos mercados no âmbito internacional.
Na "apresentação" da edição em volume único de "Um estudo da história", Toynbee traz um relato cronológico de como se desenvolveu o seu interesse pela história. Sua curiosidade pela matéria começou ainda na infância, tendo a influência da mãe, que também era historiadora, e de seu tio-avô, que havia sido capitão de um navio a vela na rota das Índias Orientais. O trabalho da mãe e as histórias contadas pelo tio-avô alimentavam a paixão pelo estudos de outras terras e culturas. Em 1914, quando estourou a primeira guerra mundial já se encontrava lecionando em Oxford, quando constatou a importância da história para explicar um mundo que mergulhava no caos. Estudante da língua e história grega, se identificou com Tucídides, historiador da antiga Grécia, que também viveu em época de guerras fratricidas. A analogia entre o momento grego, vivido por Tucídedes, e seu próprio momento na primeira guerra mundial descortinou a sua forma de ver a história, através da análise comparada das diversas civilizações através do tempo.
Concluindo, deixamos um trecho escrito por Toynbee:
"A humanidade seguramente se destruirá, a não ser que consiga desenvolver-se como uma só família. Para isto, temos de familiarizar-nos mutuamente com as nossas histórias, pois o homem não vive apenas do presente imediato. Transitamos num fluxo de tempo mental, lembrando o passado e aguardando - com esperança e medo - o futuro que se aproxima".
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