sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Enquanto professores ganham pouco, há influenciadores digitais ganhando muito com a distorção dos conteúdos escolares.






O professor é um profissional que recebeu capacitação acadêmica para ensinar as disciplinas curriculares aos jovens estudantes. Muitos deles, além da graduação, se especializaram e continuam estudando e se atualizando por toda a vida. Sua competência vai do conhecimento da disciplina específica até às técnicas pedagógicas para melhor transmitir o conhecimento a um leque variado de alunos com suas especificidades.

Estudar o conteúdo programático específico da área, pesquisar na pós graduação, ter conhecimento pedagógico, conhecer a  psicologia e a filosofia da educação fazem parte do vasto cardápio de saberes que um professor precisa deter para possuir capacitação na atividade de lecionar.

Apesar de toda esta exigência na formação do professor, os salários nem de perto fazem jus a toda esta preparação. No Brasil, o professor estuda e se prepara muito para ganhar pouquíssimo em contrapartida. 

A falta de investimento no professor e na infraestrutura de ensino em geral é fator determinante para os maus resultados e para a baixa estima dos profissionais da educação.

No entanto, curiosamente, há alguns blogueiros e vlogueiros ganhando um bom dinheiro nas redes sociais através da promoção da distorção e falsificação de conceitos científicos e fatos históricos. 

Enquanto o salário do professor mal dá para suas contas pessoais e comprar livros e outros materiais necessários, há destes chamados "influenciadores digitais" que usam a grade escolar de forma distorcida para gerar conteúdos e, com isso, ganham muito dinheiro. 

As desinformações e falsificações mais comuns que são divulgadas por esses "milionários"do "adsense" nas redes versam, em regra, sobre 4 itens:

- Defesa de que o planeta Terra é plano;
- Que a Inquisição seria uma forma da igreja proteger o povo;
- Negação do holocausto na segunda guerra;
- Considerar o nazismo como uma vertente política de esquerda.

Geralmente, o pessoal que defende um desses também defende as outras três posições. Costumam abraçar logo o bloco completo de falsificações históricas. 

Esse tipo de desinformação também ajuda a criar um ambiente tencionado em sala de aula. Inclusive, alguns desses vlogueiros estimulam uma confrontação entre estudante e professor.

Assim, vemos algo muito surreal em nossa sociedade. Enquanto tem gente ganhando muito dinheiro distorcendo os conteúdos curriculares, por outro lado o professor ganha uma miséria defendendo esses mesmos conteúdos. 

Esta é mais uma contradição dos nossos tempos. Para ser melhor remunerado através dos conteúdos escolares é melhor ser um vlogueiro do que um professor preparado pela academia.

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