terça-feira, 29 de agosto de 2017

Discursos extremistas aumentam a tensão social e contribuem para os assassinatos de policiais.





O Rio de Janeiro alcançou o número absurdo de cem policiais assassinados durante o ano de 2017. Como ainda falta mais de um trimestre para o encerramento do ano, não sabemos a quanto este número chegará. A continuar desta forma, em breve haverá falta de candidatos para os concursos da polícia.

São estatísticas de uma guerra civil escamoteada pela mídia. A cidade sofre uma profunda divisão entre as comunidades do morro e a do asfalto. Os policiais entram com a função de reprimir e conter a violência gerada pela falta de interesse em investimentos sociais. Constitui uma luta da qual não se pode ganhar. Se o Estado (e parcela da sociedade) não tem interesse em educar, distribuir renda, garantir direitos, promover saúde, bem estar e vida digna, a atividade policial passa a ser como a de enxugar gelo.

Para piorar o quadro, os discursos extremistas que vêm ganhando força nas mídias e redes socais ajudam a tencionar ainda mais a questão. 

Quanto mais se reverbera que a solução é através da bala, que "bandido bom é bandido morto", que todo mundo deve andar armado pelas ruas e coisas do tipo, maior é a reação que estoura em cima dos agentes de segurança. 

Tenho ouvido e lido muita gente postando que a polícia tem que e serve para aterrorizar os bandidos. Corroborando com o discurso de que a polícia deve agir de uma forma nos bairros elitizados e com outra abordagem nas comunidades carentes.

E a maioria dos que repercutem essas falas são os mesmos que se colocam contrários aos investimentos sociais do governo. Contrários a programas sociais de distribuição de renda, de promoção do ensino superior, de distribuição de casas, entre outros. Desta forma, em oposição aos reais programas que podem gerar a melhora em nossos índices de desenvolvimento humano e desarmar a bomba-relógio da violência e criminalidade.

Para piorar, muitos dos próprios policiais absorvem e reproduzem este discurso. Inclusive, muitos são ligados a denominações religiosas que incorporam esta visão ultra conservadora e que reduz a questão da violência ao simplismo da 'luta do bem contra o mal". 

O horizonte é de tempestade e turbulência. Por ora, não há luz no fim do túnel !

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