sábado, 17 de fevereiro de 2018

Pré-história e seleção natural: a evolução física do ser humano em 2 milhões de anos.






Os achados fósseis submetidos aos métodos de datação do carbono 14 e do argônio 40 apontam que a espécie humana surgiu na face do planeta há, mais ou menos, dois milhões de anos. Desde os primeiros hominídios paleantrópicos até o homo sapiens sapiens houve um série de transformações físicas e orgânicas guiadas pela seleção natural das mutações mais positivas para a melhor adaptação ao meio. 

O processo de hominização (formação do homem) se deu no continente africano ainda coberto por extensa cobertura florestal. Neste período, aquelas primeiras espécies próximas ao homem viviam nas árvores e tinham alimentação basicamente vegetariana e de insetos. Porém, durante o Plioceno as florestas africanas se transformaram nas savanas, gerando uma nova pressão adaptativa. Na savana a disponibilidade de alimento vegetal é muito menor e, assim, quem não se adaptasse a uma nova dieta proteica, conseguida através da atividade de caça, tenderia a desaparecer. Nós estamos aqui justamente por conta daqueles primeiros homens terem conseguido realizar esta transição na dieta. Aliás, a versatilidade alimentar do ser humano é um dos fatores que o levou a dominar todo o globo. Nosso sistema digestório pode digerir uma boa variedade vegetal, insetos (na China há espetinhos de escorpião e gafanhotos vendidos nas feiras), peixes, aves, anfíbios, répteis e mamíferos.

A dieta rica em proteínas foi uma das causas do aumento do volume do cérebro humano. Enquanto o volume cerebral dos australopitecus era de 600c.c. o do homem moderno é de 1350c.c. A maior capacidade cerebral levou o homem para um novo paradigma adaptativo, que foi a dimensão da produção de cultura. Neste momento, o homem deixa de se guiar puramente pelos instintos e passa a ser um solucionador de problemas.

Contudo, para que o homem se tornasse um caçador foi necessária uma adaptação na postura física. Para que ganhasse um melhor campo de visão sobre suas presas, a elevação do corpo para a postura ereta foi de suma importância. Não apenas a visão é beneficiada pela postura ereta, como os braços ficam liberados durante a caminhada ou a corrida para manusearem artefatos de ataque (lanças, arcos e flechas, boleadeiras, etc). 

Ao adotar o andar bípede, na posição ereta, outras modificações ocorreram gradativamente com a nossa engenharia corporal. Uma delas foi o aumento da musculatura da região glútea. O quadril ficou no centro de gravidade do corpo ereto, tendo sua musculatura uma importante função na manutenção postural.

Hoje em dia as mulheres dão muito valor a esta musculatura glútea fazendo uma série de exercícios em academias para torná-la mais volumosa e sem estrias. Talvez, seja o resultado de uma pressão adaptativa de milhões de anos ainda atuando no inconsciente humano.

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