Trata-se da fantástica história do estudante que quebrou as regras da física para conseguir o feito de plagiar um texto de sua própria autoria.
Esta é uma das muitas histórias insólitas que acontecem na Belíndia, en la Universidad Bolívar de Sá !
Naquela avaliação a professora não deu prova, mas um trabalho valendo pela prova. O trabalho consistia em resenhar dois textos. O aluno leu os textos, redigiu as resenhas solicitadas, imprimiu e mandou encadernar. Entregou o trabalho no dia e hora da prova, assinou a pauta e foi para casa. Ao chegar a casa, mais tarde, postou uma das resenhas em um blog e, no dia seguinte, postou o outro texto no mesmo blog, onde sempre arquiva todos os trabalhos que produz para o curso.
É importante salientar que o blog tinha um nome genérico, pois o estudante abriu o blog sem caráter de promoção pessoal, não havendo uma referência direta ao autor do blog na página.
Passadas algumas semanas a professora entregou os trabalhos com as notas. O trabalho deste aluno veio com a nota 0 (zero). A justificativa da brilhante professora, dublê de sherlock, foi que o aluno copiou os textos da internet e anotou nas páginas do trabalho o link do blog.
O aluno argumentou que, embora não tivesse o costume de assinar a autoria dos textos que postava no blog, era fácil constatar que era ele quem realizava as postagens, afinal ele era o administrador do blog, em qualquer computador com acesso À internet demonstraria que possuía a senha para o login, podendo postar qualquer coisa naquela página. E ainda que o objeto da suspeita era totalmente fora de propósito, pois era fisicamente impossível de ser realizado, uma vez que os textos foram publicados em horários e dias posteriores ao da entrega do trabalho. Bastava a professora olhar a data das postagens !!!
Mas a brilhante professora permaneceu irredutível ! É zero porque está na internet, está num blog, se está num blog e está na internet foi copiado !
Tudo bem que internet não escreve texto. Blog também não escreve texto. Pessoas escrevem textos. Então, ninguém copia nada da internet. Alguém copia o que outra pessoa escreveu. A questão, então, seria verificar se foi o aluno ou não quem postou o texto. Pois as pessoas podem fazer o que bem entender com os seus textos. Rasga-los, colar na porta do banheiro, rodar várias cópias e distribuir pela rua, vender em bares para ajuda de custo e, até, vejam os senhores, publicá-los em alguma página da internet. Inclusive, devemos considerar que a internet é o ambiente mais democrático onde todos podem publicar. Não precisa ter título de mestre, doutor ou Phd para publicar algo na internet.
Mas a professora permaneceu irredutível .
Ora, para a hipótese da professora estar certa, o aluno teria que ter entrado na máquina do tempo ( seria um delorean ? ), avançado no futuro para o dia posterior À prova, copiado o texto da internet, voltar para a máquina do tempo e retornar à sua linha do tempo original, para então, ter o objeto do crime nas mãos. Isto, sem contar, que o aluno teria que prever que um dia após a prova alguém iria postar exatamente aquele texto na internet.
A hipótese proposta pelo estudante era muito mais simplória. Ele entregou a prova e depois publicou os textos no blog. Para comprovar bastava que o levassem a um terminal com acesso à internet para mostrar que tinha a senha para o login de administrador na página do blog.
Nada demoveu a professora em sua teoria que prejudicaria o aluno.
Mas isso aconteceu lá na Belíndia.
Malditos belindianos.
Se aquela professora conhecesse um mínimo de história da metodologia científica poderia ter encaminhado a questão de outra forma. No século XIV viveu um frade franciscano, Guilherme de Ockham, que se dedicava à observação científica. Ele elaborou um princípio de metodologia científica que é usado até hoje pelos pesquisadores. Sempre que para explicar um evento houver duas hipóteses, uma mais complexa, que depende de muitas variáveis, e outra mais simples, em regra, 99,9% das vezes a correta será a hipótese mais simples. Este princípio ficou conhecido como "navalha de ockham".
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