terça-feira, 8 de julho de 2014

Enfim, Barbosa descansará em paz !






Agora, tantas décadas depois, o goleiro Barbosa, da seleção canarinho de 1950, terá seu descanso das más fadadas lembranças futebolísticas. Uma seleção que havia protagonizado o pior momento do Brasil nas quatro linhas. E, injustamente, todo o peso da campanha de 50 recaiu quase que unicamente nas costas do arqueiro negro do selecionado nacional cinquentista.

O vexame da goleada de sete gols para a Alemanha nesta copa de 2014 apaga por completo a derrota na final de 50. Acredito que daqui a décadas ainda se falará deste vexame de hoje, da mesma forma como aconteceu com aquela seleção que fez a final no Maracanã contra o Uruguai.

A certeza que muitas décadas se falará deste jogo vem da crença que dificilmente, ao menos nas próximas décadas, iremos tomar uma passeio da forma como se viu nesta partida.

Contudo, não vejo um futuro próximo de grandes jogos. Parece que estamos entrando nos anos das vacas magras. Não vejo um meio campo habilidoso para armar nosso time. Para isto, basta olhar os clubes, a maioria dos craques de meio campo em nosso futebol são "hermanos", como: Conca, Montillo, D'alessandro, Dátolo, etc.

O que houve com o futebol brasileiro? Qual o diagnóstico para termos perdido a mão (ou o pé)?

Parece-me mais um conjunto de fatores do que um fato isolado. Vai desde a preocupação dos jogadores com futilidades como cabelos, chuteiras coloridas, dancinhas comemorativas e outras besteiras, ao revés de se preocupar em treinar muito. Há, também, o clientelismo do nosso futebol, jogadores com grandes patrocínios que são titulares eternos nos clubes, mesmo que estejam jogando péssimo futebol. Até, o excesso de firula dos nossos craques, que preferem ficar rodopiando com o pé sobre a bola, dando pedaladas, ao revés de realizar passes e triangulações rápidas e objetivas. Enquanto se faz uma série de pedaladas, a defesa adversária está voltando toda e guardando as posições. Técnicos com suas "famílias" de jogadores protegidos. Não joga mais o melhor no momento, mas aquele que é da "família" do professor.

Deste jogo contra Alemanha, entre mortos e feridos, se faz justiça aos heróis de 1950.

Barbosa, enfim, descanse em paz.

 

 


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