terça-feira, 15 de julho de 2014

E qual é a posição política dos novos presos políticos ?





Ao final da Copa do Mundo acompanhamos o caso de prisão dos ativistas ligados às conturbadas passeatas de jovens "black blocs" que ocorreram pelo país, notada mente no ano de 2013, conhecidas como "jornadas de junho".

Com receio e se dizendo com fundados indícios de que estavam organizando passeatas violentas para o último dia da copa, que portavam artefatos explosivos, foram presos preventivamente com a justificativa de impedir que terceiros, cidadãos e visitantes, ficassem expostos a risco de lesão e depredação do patrimônio.

Não conhecemos os autos do inquérito policial. Logo, não podemos asseverar se houve legalidade ou não na privação de liberdade. Contudo, os ativistas e várias entidades passaram a tratá-los como presos políticos.

A categorização de preso político me chamou atenção para refletir sobre, afinal, qual é a política defendida por estes manifestantes black blocs, que costumam a usar a violência como expressão do seu protesto.

No passado, tivemos grandes movimentos pelo país em que se sabia quais as pessoas estavam em sua vanguarda e quais suas pautas políticas. Como exemplo, tivemos o movimento pela legalidade, no sul, com Brizola. Houve o movimento das diretas já, com a participação de várias figuras importantes da política e da sociedade nacional. Mesmo o movimento dos jovens caras-pintadas, no "fora Collor", embora os jovens não fossem conhecidos, mas estavam ligados à UNE, e esta instituição deixava clara suas posições ideológicas.

Mesmo no passado próximo, como nas marchas do MST, sabe-se exatamente que são seus líderes e os conceitos idealizados por esta entidade.

Contudo, os líderes black blocs são jovens sem qualquer história anterior. Não sabemos o que fizeram. Qual o trabalho social que empreenderam. O que pensam e qual sua pauta propositiva.

Parece-me mais temerário, ainda, quando esses movimentos passam a perseguir, nas passeatas, militantes com história de participação política. Outra questão é que não vemos os movimentos sociais que historicamente participaram de lutas, no país, participando das mesmas.

São pessoas sem um histórico claro, que convocam a massa juvenil através da rede de computadores. E possuem uma estrutura, como financiamento para viagens, quentinhas para os participantes nas passeatas, sem que saibamos qual entidade formal está por trás desta engenharia.

Apresentam um discurso muito vazio de combate à corrupção. Ora, combate à corrupção todo e qualquer indivíduo é a favor, pode ser um anarquista, comunista, liberal ou mesmo fascista.

São contra o governo, contra os impostos, contras as políticas sociais inclusivas (cotas e bolsas). 
Mas qual a proposta deles ? Quem eles querem no governo ? Qual a política que defendem ?

Essas perguntas ficam sem resposta clara. É tudo muito obscuro. E milhares de jovens atendem a estas convocações, num clima de micareta, sem saber ao certo a quem e a quais ideias estão servindo.




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