sábado, 22 de outubro de 2016

A Mídia conservadora tradicional está pró-Freixo ou anti-Crivella ?



E a grande imprensa conservadora desembarcou de vez na campanha anti-Crivella. Há uma escalada visível de matérias de capa contra o candidato da universal. Uma das consequências do golpe parlamentar é a briga de diversos seguimentos da direita conservadora pelo poder. E um setor dessa direita conservadora que não agrada nem um pouco aos outros conservadores da globo e veja é o das igrejas neopentecostais. Nas décadas de 80 e 90 a globo esteve em "guerra" contra a Universal. Mas, ao contrário do que pretendia, a igreja do Edir Macedo continuou crescendo cada vez mais. No meio evangélico até produziram a frase "que a universal era igual a massa de bolo, quanto mais batem mais cresce". Agora, no vácuo de poder gerado pelo golpismo contra as esquerdas, pode ascender ao controle das instituições uma ala conservadora que é, em tese, hostil à Globo. Eles têm a sua própria televisão e com o poder político crescente poderão, em breve, tornar a globo um grupo de comunicação de quinta categoria.

O grande perigo nisso tudo é o PSOL acreditar que a Globo é sua aliada por supostamente apoiar o seu projeto ou a sua "ficha limpa". A globo e a Veja não são Freixo. Eles são anti-crivella. Entendem que depois tirar o Freixo e o PSOL é muito mais fácil que os candidatos da Universal. Vide o que fizeram no plano federal com Dilma. Na primeira eleição de Lula, em 2002, a grande imprensa conservadora tb se demonstrou pró partido dos trabalhadores. Naquela época, as crises econômica e social estavam se agravando rapidamente. A situação nas cidades, com as grandes greves gerais dos sindicatos, e no campo, com as cada vez maiores marchas do mst colocavam o Establishment em perigo. Era preciso um governo de "coalizão" para que os ânimos se acalmassem e a "paz" voltasse aos setores hegemônicos tradicionais. Isso foi conseguido com a "carta aos brasileiros" publicada pelo Lula. Após a primeira eleição de Lula, os setores conservadores da grande imprensa passaram a um ataque feroz contra o PT no governo federal. Apesar disso, o partido teve força para vencer mais 3 eleições seguidas. Quando a estratégia da imprensa mudou, ao revés de derrubar nas urnas se aliou ao grande golpe parlamentar, transformando as pedaladas em grande crime na mentalidade dos brasileiros.

O senador Roberto Requião conta que logo após a eleição de Lula, em 2002, ele teria alertado ao novo governo sobre a importância de se investir numa sólida rede de telecomunicações para defender as políticas sociais do governo. Ao que teria sido retrucado pelo então ministro José Dirceu: "Não precisamos, nós temos a Globo".

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