A
derrota de Freixo na sua melhor chance de chegar à prefeitura demonstra
o erro histórico do PSOL em ter participado dos movimentos de
desestabilização do governo do partido dos trabalhadores desde 2013. Ainda que tenha sido contrário ao golpe em seus momentos finais.
Lá atrás, no ano de 2013, quando iniciaram-se os grandes protestos e muito quebra-quebra, eu me colocava em oposição aos movimentos, pois entendia já naquela época o altíssimo potencial daquilo tudo levar a uma situação de ingovernabilidade e haver a retomada dos partidos mais à direta ao poder, com a perda dos pequenos ganhos sociais conseguidos durante os anos de governo do PT.
Ainda lembro, na universidade, um desses jovens dinâmicos apoiadores do psol me confrontando por conta da minha negativa em relação a apoiar a "estratégia black bloc". O jovem ficava me perguntando, em tom desafiador: - então, qual é a estratégia que deveria ter? qual a estratégia? a estratégia?
Antes de se falar em estratégia, há que se saber o que você pretende (objetivo) e onde você está em relação ao que deseja. Depois, como diria o general chinês Sun Tzu, conhecer as suas habilidades e fraquezas como as dos seus concorrentes. E, na seara política, saber quem você necessita alcançar para que te ajude no processo.
Naquele momento, entendíamos que derrubar o governo do PT só serviria ao projeto político da retomada do poder das forças mais à direita no espectro político. Não que o governo federal da época fosse maravilhoso. Havia muitas críticas verdadeiras e sinceras. Em quatro mandatos o PT ainda havia feito muito pouco. Contudo, havia um pouco feito que os demais não tinham interesse em realizar.
Por isso, entendia que naquele momento seria importante mobilizações para empurrar o governo no sentido de realizar as mudanças estruturais necessárias e não para guilhotinar as cabeças.
Acredito que o PSOL entendia ser o herdeiro político do eleitorado do partido dos trabalhadores. Após quatro eleições presidenciais seguidas, os psolistas devem ter entendido que se consolidara no país o voto nos partidos identificados com a esquerda. Que se o PT saísse do governo, o seu provável herdeiro seria o PSOL.
Então, o PSOL teria duas estratégias para se alavancar ao topo da pirâmide política: ou escalar as costas do PT para chegar ao cume ou balançar e mesa para que o PT tombasse.
Por muito tempo, o PSOL escolheu a segunda estratégia. O PSOL foi um dos braços e mãos que ajudaram a balançar a mesa para derrubar o governo. Sua presidente, Luciana Genro, até hoje apoia o impeachment.
O problema é que o PSOL não fez a reflexão proposta pelo milenar Sun Tzu. O PSOL nem sabia o seu real tamanho e sua condição de tomar o lugar do PT e nem levou em consideração a força dos seus outros concorrentes, de direita, aos pleitos nacionais, estaduais e municipais.
Resultado, a mesa virou, o PT caiu, mas o PSOL não conseguiu aproveitar e herdar os despojos.
Nesta eleição municipal de 2016, o candidato Freixo teve a melhor conjuntura de todas para ganhar a eleição. Foi para o segundo turno contra um candidato que possuía um altíssimo índice de rejeição por conta de suas ligações com a igreja universal. Se o Freixo fosse ao segundo turno com qualquer outro candidato de direita teria sido muito mais difícil para conseguir a vitória, já que seu nome também encontra forte resistência.
O resultado é que mesmo nesse contexto positivo, quando a própria imprensa não era simpática ao adversário, o Freixo não conseguiu vencer.
O PSOL não pode sequer comemorar a votação com mais de 40% dos votos válidos, pois muitos desses vieram por conta da rejeição ao adversário e da campanha midiática contra o candidato da universal, que assusta mais à velha imprensa do que a atual esquerda.
Havia espaço para o PSOL crescer e se consolidar como força política sem precisar da derrubada do PT. O processo golpista acabou satanizando toda a esquerda, inclusive o PSOL, na mentalidade de boa parte do eleitorado.
E agora, com a prevalência da direita nos cargos diretivos e parlamento, medidas legislativas serão tomadas para tornar mais difícil a vida de partidos de esquerda que desejam seu lugar ao sol.
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Lá atrás, no ano de 2013, quando iniciaram-se os grandes protestos e muito quebra-quebra, eu me colocava em oposição aos movimentos, pois entendia já naquela época o altíssimo potencial daquilo tudo levar a uma situação de ingovernabilidade e haver a retomada dos partidos mais à direta ao poder, com a perda dos pequenos ganhos sociais conseguidos durante os anos de governo do PT.
Ainda lembro, na universidade, um desses jovens dinâmicos apoiadores do psol me confrontando por conta da minha negativa em relação a apoiar a "estratégia black bloc". O jovem ficava me perguntando, em tom desafiador: - então, qual é a estratégia que deveria ter? qual a estratégia? a estratégia?
Antes de se falar em estratégia, há que se saber o que você pretende (objetivo) e onde você está em relação ao que deseja. Depois, como diria o general chinês Sun Tzu, conhecer as suas habilidades e fraquezas como as dos seus concorrentes. E, na seara política, saber quem você necessita alcançar para que te ajude no processo.
Naquele momento, entendíamos que derrubar o governo do PT só serviria ao projeto político da retomada do poder das forças mais à direita no espectro político. Não que o governo federal da época fosse maravilhoso. Havia muitas críticas verdadeiras e sinceras. Em quatro mandatos o PT ainda havia feito muito pouco. Contudo, havia um pouco feito que os demais não tinham interesse em realizar.
Por isso, entendia que naquele momento seria importante mobilizações para empurrar o governo no sentido de realizar as mudanças estruturais necessárias e não para guilhotinar as cabeças.
Acredito que o PSOL entendia ser o herdeiro político do eleitorado do partido dos trabalhadores. Após quatro eleições presidenciais seguidas, os psolistas devem ter entendido que se consolidara no país o voto nos partidos identificados com a esquerda. Que se o PT saísse do governo, o seu provável herdeiro seria o PSOL.
Então, o PSOL teria duas estratégias para se alavancar ao topo da pirâmide política: ou escalar as costas do PT para chegar ao cume ou balançar e mesa para que o PT tombasse.
Por muito tempo, o PSOL escolheu a segunda estratégia. O PSOL foi um dos braços e mãos que ajudaram a balançar a mesa para derrubar o governo. Sua presidente, Luciana Genro, até hoje apoia o impeachment.
O problema é que o PSOL não fez a reflexão proposta pelo milenar Sun Tzu. O PSOL nem sabia o seu real tamanho e sua condição de tomar o lugar do PT e nem levou em consideração a força dos seus outros concorrentes, de direita, aos pleitos nacionais, estaduais e municipais.
Resultado, a mesa virou, o PT caiu, mas o PSOL não conseguiu aproveitar e herdar os despojos.
Nesta eleição municipal de 2016, o candidato Freixo teve a melhor conjuntura de todas para ganhar a eleição. Foi para o segundo turno contra um candidato que possuía um altíssimo índice de rejeição por conta de suas ligações com a igreja universal. Se o Freixo fosse ao segundo turno com qualquer outro candidato de direita teria sido muito mais difícil para conseguir a vitória, já que seu nome também encontra forte resistência.
O resultado é que mesmo nesse contexto positivo, quando a própria imprensa não era simpática ao adversário, o Freixo não conseguiu vencer.
O PSOL não pode sequer comemorar a votação com mais de 40% dos votos válidos, pois muitos desses vieram por conta da rejeição ao adversário e da campanha midiática contra o candidato da universal, que assusta mais à velha imprensa do que a atual esquerda.
Havia espaço para o PSOL crescer e se consolidar como força política sem precisar da derrubada do PT. O processo golpista acabou satanizando toda a esquerda, inclusive o PSOL, na mentalidade de boa parte do eleitorado.
E agora, com a prevalência da direita nos cargos diretivos e parlamento, medidas legislativas serão tomadas para tornar mais difícil a vida de partidos de esquerda que desejam seu lugar ao sol.
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S I M P L E S M E N T E FANTÁSTICO! Falou tudo o que não querem ouvir!
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