quarta-feira, 29 de julho de 2015

A Lava Jato como fator de desestabilização tecnológica.


Os setores governistas têm falado que o processo da lava jato vem atuando no sentido de criar uma desestabilização política no país para beneficiar o campo da oposição que perdeu eleições seguidamente. Como que se determinadas instituições atuem mais como partidos políticos do que com a isenção que deveria haver. Uma suposta prova deste discurso seria o fato da artilharia da polícia e judiciário estar prioritariamente apontada na direção de um grupo específico.

Tenho me preocupado com um outro viés destas operações de investigações e delações premiadas, que é o uso desta aparelhagem de investigação e denúncias como fator de desestabilização da consolidação dos campos de produção e pesquisa tecnológica nacional.

O processo contra as empresas "X", de Eike Batista, e, agora, a artilharia da lava-jato contra a Odebrecht me alertou no sentido de que dois investidores de áreas estratégicas do capital internacional passam por um pente fino em suas operações. O empresário Eike Batista, depois que resolveu entrar no ramo da exploração de petróleo, conheceu o inferno de Dante. Neste mesmo sentido, a Odebrecht vem investindo pesado na área tecnológica, tendo no seu grupo uma empresa de pesquisa em tecnologia militar.

Petróleo e armas compõem o núcleo dos interesses tecnológicos do grande capital internacional.

Agora, tomamos ciência da prisão do Almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva (foto acima), considerado pai do programa nuclear brasileiro.

Com isto, o padrão de ações que atingem áreas estratégicas de desenvolvimento tecnológico é reforçado. Agora temos: petróleo, armamento e energia nuclear.

O Almirante Othon recebeu o título de pesquisador emérito do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN). Sob a sua direção o Brasil concebeu a mais moderna técnica de enriquecimento de urânio existente no mundo. Inclusive, sofremos constantemente investidas americanas que querem, a pretexto de vistoria contra produção de armas de destruição em massa, realizar inspeções em nossas instalações nucleares que teriam como consequência a quebra do nosso segredo tecnológico. 

Essa "teoria da conspiração" acaba tornando-se uma real pulga atrás da orelha quando não conseguimos ver o mesmo apetite denuncista e investigativo e condenatório ocorrer contra grandes multinacionais que atuam no país e nem contra o cartel da grande mídia, por exemplo.

Tememos que ao final de todas essas denúncias, investigações e prisões o Brasil se torne um país 'limpo", mas que tenha voltado tecnologicamente à idade da pedra.


Nenhum comentário:

Postar um comentário