quarta-feira, 29 de outubro de 2014

A Escalada de Preconceito Destilado na Grande Mídia.





Nestas eleições vimos uma crescente demonstração de intolerância contra quem pensa diferente, vinda de pessoas comuns, através de mensagens e vídeos nas redes sociais. O que demonstra a intolerância já implícita em nossa cultura.

Contudo, este fenômeno se torna muito mais perigoso e reprovável quando ocorre através de afamados articulistas da grande mídia. Quem tem o espaço de uma mídia importante deve ter a responsabilidade multiplicada em relação ao que escreve, pela capilaridade e alcance do veículo que o acolhe.

Fiquei estarrecido com o texto de um dos colunistas da revista Veja, que me chegou através das postagens de amigos do facebook.

Em relação ao resultado das eleições, com vitória da atual presidente, o colunista assevera que aqueles que votaram na candidata do partido dos trabalhadores são alienados ou patifes. E a possível difamação não é o mais grave. Afirma, ainda, que não deve e quer ter amigos "petistas", insuflando reações no mesmo sentido de seus leitores, através dos comentários. Ao nosso ver, é claro que constitui um nítido texto que dissemina ódio, perseguição e preconceito contra um grupo que tem determinada opinião política.

Parece-nos algo de enorme gravidade. O estímulo ao preconceito e ódio contra quem pensa diferente é um mal que deve ser combatido em nossa cultura. Constitui um problema de todos nós, seja qual posição política você tiver.

Sim, é um problema de todos. Inclusive, de quem não vota e nem gosta do citado partido político. Pois a questão maior não é o partido ou sua ideologia política, mas a veiculação de que é lícito romper relações e poder desqualificar com xingamentos e difamações quem pensa ou faz algo diferente.

Se este modelo se espalha em nossa sociedade, em breve, todos serão atingidos de uma forma ou outra. O padrão de violência se consolida e vai apenas mudando o grupo contra o qual não se concorda com  algo. Assim, em breve as pessoas vão estar sendo aparteadas e ofendidas por sua posição religiosa, pelo seu clube de futebol, pelo tipo de roupa que prefere, pelo gênero ou opção sexual e etc.

Não entendo como alguém que escreve em veículos populares se sente autorizado a fazer tais declarações. Acho que se fosse uma pessoa comum, não midiática, seria logo responsabilizada pelo fato.

Enquanto nada é oficialmente feito, nos resta declarar o nosso repúdio a tais manifestações que atentam contra uma sociedade tolerante e solidária.

Abaixo, o link do citado artigo:

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