terça-feira, 17 de junho de 2014

História da África: o reino de Benin e a Confederação Ashanti.





REINO DE BENIN

Fins do século XII: surge como "cidade-estado". Já se praticava, nesta época, o trabalho em madeira, tecido e marfim com grande habilidade.

Por volta de 1480, o reino de Benin entra em contato com os portugueses, tendo acelerado sua expansão a partir de envolvimento com o comércio de escravos.

Evaré, o grande (final do século XV): fez contato e estabeleceu relações com os portugueses, promoveu o desenvolvimento da capital, expandiu o reino e passou a comprar cobre dos portugueses a preços menores do que os cobrados por seus vizinhos.

Apogeu: ocorreu entre os séculos XVI e XVII (auge do desenvolvimento artístico). esteve intimamente associado às trocas escravistas. 

A decadência se deu a partir do final do século XVII.




CONFEDERAÇÃO ASHANTI

Surgiu por volta de 1630, no interior do reino de Danquira. Os ashantis dominaram os territórios por onde passaram. Como as duas principais rotas comerciais da região, que desde o fim do século XVI ligavam a costa atlântica às regiões setentrionais.

Envolvidos diretamente no comércio de escravos, sua capital, Kumasi, ao final do século XVIII, possuía ruas movimentadas com negociantes europeus e do Golfo da Guiné, letrados, islamizados, dentre outros interessados nas intensas atividades comunais.

Os ashantis obtinham seus cativos através do comércio com outros povos e, também, por meio de operações militares.


domingo, 15 de junho de 2014

A CIÊNCIA E A NATUREZA NA CONSTRUÇÃO DA ORDEM SOCIAL



Desde o início do século XIX, os pensadores ingleses acreditam que os saberes científicos, fundados na observação e na experimentação, são úteis À reflexão política, pois fornecem aos governantes conhecimentos que lhes permitem usar técnicas mais eficazes de controle e gestão.

A crença no "progresso" é um elemento comum que aparece nos trabalhos de Bentham (1749 - 1832), Stuart Mill (1806 - 1873), Herbert Spencer (1820 - 1903), Augusto Comte (1798 - 1857) e Saint Simon (1675 - 1755).

Daí surgem 3 correntes: utilitarismo, positivismo e organicismo.

UTILITARISMO

De modo geral, essa corrente prega a maximização do bem estar geral.

- Jeremias Bentham: 

Propõe o cálculo dos prazeres. Institui uma concepção de felicidade coletiva fundada na integração das felicidades individuais, compreendidas como satisfação das necessidades.

- Stuart Mill:

Critica o cálculo dos prazeres proposto por Bentham e contesta o princípio do "laisser-faire".

Propõe uma sociedade na qual as máximas oportunidades seriam dadas aoss indivíduos e onde seria possível formar incessantemente novas elites.

POSITIVISMO

- Saint Simon

Apresentou o princípio da política positiva. De caráter místico e profético, essa revolução espiritual tem como meta a realização da humanidade através do completo domínio do nosso mundo ( e não a espera de um outro mundo ), que irá assegurar a felicidade e a virtude.

Propõe uma revolução social onde se dê o poder de gestão aos industriais ( que compreende: empresários, financistas, operários especializados, agricultores e artesãos ), eliminando a classe política - aristocrática ou democrática - considerada inútil.

- Augusto Comte:

Foi secretário de Saint Simon e propagandista da fé na ciência. Defende o progresso através da ciência e teme a anarquia e desordem do individualismo.

Crê na necessidade de uma estrita divisão do trabalho e de uma estável hierarquia de competência.

Segundo Comte, o poder deveria pertencer aos cientistas, senhores das decisões essenciais. Somente eles teriam os meios em particular graças à Sociologia, saber sobre a estática e a dinâmica social de impor a felicidade e a virtude pela ordem e pelo progresso.

EVOLUCIONISMO, ORGANICISMO E A PERSPECTIVA DE HERBERT SPENCER

Se empenha em construir uma doutrina que explique o devir das sociedades e o seu futuro. Se inspira nas teorias biológicas e evolucionistas do século XIX.

VÊ a realidade social como um organismo que se desenvlve em função de suas determinações internas (princípio da adaptação e da luta pela vida).

Spencer é defensor do liberalismo.

Através do princípio da luta pela vida, analisa o liberalismo, que não pode mais se apoiar na ideia de harmonia tal como a concebia Adam Smith, e encontra recursos numa doutrina científica segundo a qual a violência é natural.

Obeservação:

Todas estas teorias tem em comum um enunciado de Saint Simon.

"Agora que estão impondo a ciência e a indústria, as revoluções políticas são inúteis e perigosas; trata-se agora de organizar a sociedade e de minimizar a questão política."




O LIBERALISMO POLÍTICO




Entre as diversas doutrinas liberais, percebe-se uma dupla preocupação essencial: o indivíduo deve ser protegido, ao mesmo tempo, contra o Estado e contra a massa.

- Benjamin Constant (1767 - 1830):

O indivíduo é tomado como princípio primeiro. A questão da liberdade é tomada como trunfo da individualidade.

Defende a necessidade de limites à autoridade do Estado. Nenhuma autoridade sobre a terra deve ser ilimitada. Os cidadãos possuem direitos individuais independentes de qualquer autoridade social ou política e toda autoridade que viola esses direitos torna-se ilegítima.

Para Constat, o melhor seria o sistema representativo, com separação de poderes, mas sem sufrágio universal.

- Alexis de Tocqueville (1805 - 1859):

Tocqueville se diferencia de outros liberais por considerar como irreversível o próprio fato democrático.

Ao estudar os EUA, Tocqueville aponta como algumas de suas vantagens a igualdade de condições e a existência de uma Constituição Federal.

Em síntese, Tocqueville difunde a necessidade de um Poder Judiciário forte e independente e, ainda, de buscar todos os meios para obter uma centralização eficaz.

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O NACIONALISMO E A HISTÓRIA





O Século XIX consolida a perspectiva do Estado-Nação como força que se impõe aos destinos individuais e coletivos.

A história abandona as questões dinásticas e políticas, começa a examinar as sociedades, a evolução de suas instituições, seus modos de vida, movimentos populacionais (abre-se para a longa duração).

Encaminha-se como se o Estado-Nação, através da história, queira se sentir seguro de si, reconstruindo seu passado próximo ou distante, restaurado através de métodos científicos que garantam um conhecimento objetivo.

O conhecimento do passado nacional aparece como um meio de confirmar a unidade da comunidade reunida sob a autoridade de um mesmo Estado.

Nos EUA tentaram construir o sentido de nacionalidade e o fortalecimento do Estado através das Instituições. Há uma certa comparação com o Brasil do período Vargas.

O NACIONALISMO FILANTRÓPICO

Concebido como libertação nacional e primeira etapa no sentido de uma fraternidade universal dos povos da Europa.

é este sentido que guia todos os que se inspiram nas Declarações de 1787 e 1789 e no princípio da soberania nacional entendida como soberania do povo.

Contudo, o fracasso das revoluções democráticas vem acompanhado da ameaça ao equilíbrio europeu fundado na Santa Aliança dos Estados, por conta de um duplo conflito:

1- Conflito interno: nascido do desenvolvimento da ordem industrial e das reivindicações  de uma numerosa classe operária, miserável, porém cada vez mais consciente da sua força e cujos pontos de vista internacionalistas se afirmam.
2- Conflito externo: entre os Estados mais poderosos.

Este ambiente irá gerar um outro tipo de nacionalismo: o nacionalismo conservador.

NACIONALISMO CONSERVADOR

Apela para valores da tradição (família, terra, ancestrais), da moral do sacrifício, da renúncia e da obediência, para consumar o que existe e para denunciar a anarquia que resultaria de qualquer mudança que não fosse cuidadosamente controlada.

Esse nacionalismo tem caráter reacionário

Se inscreve na corrente de pensamento positivista e evolucionista. Apela para a razão e para os valores clássicos. Desconfia do romantismo, que conduziria a excessos.

Dois de seus defensores foram:

- Hyppolite Taine (1828-1893) - Afirmava que era preciso estabelecer um sistema que permitisse Às leis competentes calcular boas decisões e implantar uma educação da população que a previna contra a tirania de um só e contra a tirania de todos.

- Ernest Renan (1823-1892) - Ensinava a Nação como princípio espiritual, como alma do território, cuja sobrevivência e expansão devem ser o objetivo de todas as vontades.

Essa imagem da pátria irá encantar a direita que se considerava depositária da essência superior da Nação. Tem características xenófobas e antidemocráticas.

EXPANSÃO NACIONAL E IMPERIALISMO

Ao longo do século XIX, tanto a direita política, como o centro e a esquerda irão convergir - na França e na Inglaterra - em apoio ao empreendimento colonial.

Surgem discursos sobre "missão civilizadora" e "fardo do homem branco".

Na Alemanha, de Bismarck, ao se forjar o Segundo Reich, haverá uma concepção do povo e do Estado alemão abertamente racista.

"O nacionalismo tornou-se um elemento constitutivo da potência do Estado. Os temas que ele implica - unidade do território, unidade do povo, unidade da vontade - induzem facilmente a uma retórica que é assumida pelos governos autoritários.

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sábado, 14 de junho de 2014

ÓDIO DE CLASSE EXPLÍCITO EM ANO ELEITORAL




Temos visto, a cada dia, crescer mais a violência implícita em opiniões políticas expressadas nas redes sociais. O senso comum desses tempos parece ser o do apresentador de televisão dos programas sanguinários de jornalismo apelativo. Programas, que aliás, se multiplicam em nossos canais de TV aberta.

Poucos discutem com civilidade e educação. Discutir projetos, então, é coisa que há muito não vemos nem entre políticos nem entre eleitores.

Essa escalada culmina com os xingamentos contra a chefe de Estado brasileira no campo de futebol paulista.

A violência que se viu demonstra a total falta de mentalidade democrática daqueles que participaram de tal ação. Até candidatos presidenciáveis se pronunciaram no sentido de apoiar o ocorrido. O que demonstra um adoecimento profundo da política nacional. 

De qualquer forma, este ato bisonho serviu para que o problema viesse a tona e passe a ser discutido nas praças e por mais gente, que estava adormecida, no sentido do debate de ideias. Esperemos que agora, com essa demonstração de intolerância, o debate seja oxigenado e ganhe contornos mais nobres, com ideias e ideologias.

Mas pior que o xingamento é a fundamentação que temos lido nas redes sociais. 

Ao se dizer que ficou claro que o ato discriminatório não partiu da grande população, mas de uma elite paulista, escutamos os seguintes argumentos defendendo aquela ação:

"Sim, os xingamentos não foram feitos pelos que são beneficiados por esse governo populista, mas por aqueles que pagam a conta".

O ódio sempre deixa seu rastro. Muitos tentam uma justificativa politicamente correta, colocando a culpa na corrupção. Contudo, sempre deixam transparecer que o fato do despossuído receber algum tipo de benefício também está no DNA da revolta. dos perfumados.

Durante toda a existência do país os recursos estatais serviram a a latifundiários, banqueiros, especuladores e outros. Nunca xingaram nenhum presidente por conta disso. Contudo, usar dinheiro do contribuinte para garantir três refeições a um despossuído é um pecado inadmissível.



sexta-feira, 13 de junho de 2014

PSICO-HISTÓRIA





A obra de Sigmund Freud foi um dos marcos intelectuais do século XX. Postulou a teoria psicanalítica que fala sobre categorias da personalidade como o id, o superego e o ego, assim como sobre as três etapas evolutivas do bebê: oral, anal e genital. Ela transformou a forma como vemos o indivíduo e, também, a sociedade. Por isso, acabou estendendo sua influência por vários campos do conhecimento humano, tais como: a medicina, as ciências sociais, a arte e a própria história.

As influências da teoria psicanalítica sobre o campo da história gerou a abordagem psicanalítica da história (psico-história), sendo ao mesmo tempo considerada revolucionária e polêmica.

Antes de Freud, a noção de "psiquê coletiva" já era levada em conta por alguns historiadores. Lembremos Lucien Febvre que se debruçou sobre uma psicologia histórica ao estudar a categoria da "história das mentalidades". Algumas obras de Freud, como "Totem e tabu", foram importantes para identificar a mentalidade de sua época.

Por um lado a história se preocupava com os fatos, as fontes e sua explicação racional. Por outro, a teoria freudiana oferecia a investigação das motivações inconscientes que definiam a ação humana.

Freud tinha convicção de que se fosse aplicado o método psicanalítico a grupos e sociedades do passado seria possível explicar as origens das atitudes culturais, preconceitos, mitologias, religião e a civilização. Ao trazer a psicanálise para a análise histórica, o historiador transformaria sua disciplina e metodologia.

A análise crítica das fontes levaria em conta o que elas reprimem ou admitem, as fantasias inconscientes na base dos comportamentos culturais e, até, as pulsões sexuais que precipitariam ações individuais e coletivas.

A primeira obra instruída pela psico-história, lançada por Freud, foi "Leonardo da Vinci and a memory of his childhood", em 1910, que investiga a inspiração artística de Da Vinci.

O trabalho realizado pelos adeptos da Escola dos Annales, com o estudo das mentalidades, fortaleceu o interesse nas abordagens psicológicas. Durante a segunda guerra mundial cresceu ainda mais este interesse, havendo abordagens que tentavam explicar a psicopatologia de Hitler. E usar para o totalitarismo o conceito de "mau" era muito superficial.  Essa tendência encontrou simpatia entre jovens historiadores norte-americanos do pós-guerra.

Desta forma, a ciência do comportamento humano poderia dar respostas a essas questões. Uma forma de descobrir as motivações  irracionais e reprimidas dos indivíduos e grupos históricos.

Note-se que a psico-história, então, se dividiu em dois campos: estudo dos indivíduos (psicobiografia) e estudo dos grupos ou sociedades.

Contudo, a psico-história gerou polêmica e foi muito atacada por várias correntes de historiadores. Alertaram que este novo campo de análise estaria reduzindo episódios históricos importantes em meras crises emocionais de certos indivíduos. Estaria tirando a complexidade do fenômeno histórico. Além do que, é muito relativo e imprecisa a pesquisa das motivações secretas e não reconhecidas das pessoas históricas. A psico-história em relação à história foi comparada, pelos críticos, como a astrologia para a astronomia.

Entre entusiastas e críticos, o fato é que a linguagem psicanalítica entrou no vocabulário do historiador.  Surgiu o campo da psicologia social que estuda as culturas, sistemas de crenças, identidades de gênero, entre outras, que contribui para a aproximação da psicanálise com as ciências sociais e a história.

E fica no ar a questão de como se explicar o irracional, aquilo que é desconcertante, na história da humanidade.

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quinta-feira, 12 de junho de 2014

FILME CARLOTA JOAQUINA






O filme, em tela, trata-se de uma obra satírica do cinema nacional, lançado em 1995, dirigido pela diretora Carla Camurati, que tem como protagonistas os personagens da infanta Carlota Joaquina de Bourbon e de D. João VI. Nele se faz referência ao recorte histórico que compreende os fatos que deram início ao processo de independência do Brasil em relação ao modelo colonial empreendido por Portugal, tais como: a viagem da família real para o Brasil (1808), a abertura dos portos aos ingleses, elevação do Brasil a Reino Unido ao de Portugal em 1815 e, por conta da Revolução do Porto, o retorno de D. João VI à Europa.

Apesar do estilo satírico e do cometimento de erros históricos, pode-se elencar várias referências aos acontecimentos históricos na dada película cinematográfica.

Observamos a questão dos casamentos arranjados pela nobreza e realeza da época. Naquele tempo, entre os nobres, não se levava a paixão e empatia dos jovens por um parceiro. Ao contrário, os casamentos eram arranjados e acordados desde cedo, segundo interesses políticos, para que os reinos pudessem tirar proveito político e econômico do enlace.

Há a passagem do falecimento de D. José I e a interdição de Dona Maria I, que ganhou a alcunha de “a louca”, que leva à ascensão de D. João VI ao trono português.

Podemos, também, citar o contexto internacional das guerras napoleônicas que acabam com a  decisão da mudança da corte para o Brasil e a presença, explícita no filme, do elemento inglês participando dos acordos entre Portugal e Inglaterra, segundo os interesses militares e, principalmente, comerciais britânicos.

Vemos, ainda, os fatos da chegada da Corte ao Brasil. A expropriação de propriedades para alojamento da realeza e sua corte. A questão da subida dos preços de aluguéis e de gêneros alimentícios no Rio de Janeiro, por conta da presença de D. João VI. Como, também, decisões de D. João VI ao criar equipamentos governamentais para que se elevasse a condição de colônia a reino, tal qual a criação do Banco do Brasil.

A maior crítica que se faz à obra consiste na visão extremamente estereotipada das figuras de D. João VI e de Dona Carlota Joaquina. Ambos são mostrados de forma intensamente debochada. D. João VI como um glutão de pouca inteligência e Dona Carlota Joaquina como alguém com pouco senso ético e muito descontrole dos impulsos sexuais.
Em relação a D. João VI fica evidente que a película carrega nas tintas negativamente em relação à sua condição intelectual. A visão estratégica de D. João VI de mudança da Corte da Europa para a América portuguesa e sua atuação de estadista na criação de condições (bancos, bibliotecas, ministérios, etc) para que o Brasil alçasse a condição de Reino Unido e, assim, sustentasse para si a coroa do império, denotam a habilidade e inteligência de D. João VI para os assuntos de Estado.

Os historiadores portugueses Jorge Pedreira e Fernando Dores Costa, da Universidade Nova de Lisboa, traçaram um perfil da preparação educacional de D. João VI na obra “D. João VI, um príncipe entre dois continentes”. Asseveram, pelo estudo dos documentos escritos pelo príncipe, que não era muito afeito nem às letras e nem às artes, com exceção da música. No entanto, teve os estudos necessários na preparação de um futuro rei. Estudou a história dos reis antecessores, elogio da geometria e sua função na organização do raciocínio, geografia da Europa, legislação e da língua francesa (língua da diplomacia na época). Também estudou literatura e obras como a de Cícero, Santo Ambrósio e Erasmo. Além do Francês, o príncipe também era versado em italiano e Latim.

Em relação à Dona Carlota Joaquina, o filme centra quase que exclusivamente na questão da infidelidade conjugal e deixa de registrar o seu grande interesse pela política e as questões de Estado que, em regra, não eram da competência do gênero feminino naquele contexto. Com o aprisionamento do rei da Espanha, D. Fernando VII, irmão de Dona Carlota, pelos franceses, a princesa do Brasil teve importante atuação política junto ao Vice-Reinado do Prata, na tentativa de se tronar regente da região. Conseguiu, inclusive, amealhar o apoio dos ingleses que tinham interesse na abertura dos portos argentinos ao comércio internacional. Muitos criollos entenderam que seria bom apoiar Carlota como forma intermediária para, posteriormente, se chegar à Independência. No entanto, houve a resistência do Cabildo de Buenos Aires e o não apoio de D. João VI, que vislumbrava possibilidade de conquistar aquelas terras para o império português.

De volta à Europa, Carlota Joaquina ainda terá importante participação política na tentativa de seu filho Miguel ocupar o trono português.

Concluindo, a película ora em análise tem maior função de entretenimento do que um retrato histórico do período. Contudo, se a plateia souber filtrar os erros e exageros, poderá ser fonte para interessantes discussões sobre a história do início do processo de independência do Brasil.



quinta-feira, 5 de junho de 2014

Guiné Central e Oriental.




Guiné: região densamente povoada, com diversas cidades e distintos graus de organização social e política.

Das comunidades iorubás:

Se desenvolveram, principalmente, no sudoeste da atual Nigéria. Suas principais cidades eram Oio e Ifé. A primeira constituía-se como centro político, enquanto a segunda possuía o papel de centro religioso.

Reino de Oio: Até o século XV era apenas uma cidade-estado entre outras cidades iorubás, tendo iniciado sua expansão neste período. Passou a submeter, a partir de meados do século XVII, cidades litorâneas do golfo da Guiné com o objetivo de transportar e comercializar escravos.

O reino de Oio não era politicamente centralizado e, a partir de meados do século XVIII, perde muito de seu poderio, tornando-se alvo de outros reinos escravizadores.

Reino de Abomei (ou Daomé): fundado no início do céculo XVII, por Do Aklim. Localizava-se a 150 km da costa atlântica. Durante o século XVIII, Abomei torna-se um reino escravizador, investindo contra os reinos litorâneos e conquistando o porto de Ovidah.

Início do século XIX: O ápice do reino Daomé. Armas de fogo e contatos estreitos com o Brasil, particularmente a Bahia.

A conquista destes territórios pelos europeus se dará a partir do século XIX.


História e Sociologia





Diferença generalizante: A História estuda o passado e eventos específicos. A sociologia estuda o presente e busca padrões gerais.

Tais distinções, entretanto, não podem ser consideradas de maneira rígida.

Final do século XIX: Temos a "história científica" que concentrou-se nos estudos de documentos oficiais e temas políticos (positivismo).

A institucionalização acadêmica: estimulou a separação entre as disciplinas, preocupadas em estabelecer sua autonomia intelectual e institucional. Influência das abordagens generalistas e positivistas, com a incorporação crescente de métodos quantitativos, também distanciou a sociologia da história até meados do século XX (movimento institucionalista).

Segunda metade do século XX: Ocorre a ampliação do alcance da pesquisa histórica e ascensão da história social aproximou historiadores dos temas tratados pela sociologia. Temos a consolidação da "nova história" durante as décadas de 1960 e 1970, que valorizou enfoques analíticos e o uso de métodos quantitativos.

"Virada Cultural": Marcada pela influência da antropologia, assim como dos estudos literários e culturais. Reforçou, a partir de 1980, as abordagens de caráter interpretativo.

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