sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

O imaginário americano através de Hollywood


Resenha do texto: Cinema e História: o imaginário norte americano através de Hollywood.
Autora: Priscila Aquino Silva

A autora possui bacharelado e licenciatura em história pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Pela mesma instituição adquiriu titulação de mestrado e doutorado em História Medieval, com estágio na Universidade Clássica de Lisboa. Atualmente é pesquisadora e professora de História Medieval da Unilasalle-RJ. Também possui graduação em Comunicação Social pela UERJ onde defendeu monografia na área de comunicação e cinema.

No presente artigo, a professora Priscila Aquino Silva tem por objetivos analisar o período nascente do cinema norte americano, entrando em contato com a sociedade americana do início do século XX e, também, demonstrar a necessidade de se decodificar e interpretar a mensagem por trás  da imagem reproduzida pela película cinematográfica. Para tal, usará como pressupostos teóricos o princípio de Duby que concebe a ideologia como representação do real, nunca o real em si.

Salienta que por muito tempo a historiografia, de influência positivista, negava ao cinema a legitimidade dos filmes como documentos históricos, sendo considerado como distorção do passado. Por outro lado, a partir da escola francesa do Annales o filme é tomado como canal através do qual se pode aferir testemunhos da sociedade, sua mentalidade, costumes e ideologia.

Neste sentido, a autora realiza a análise de três obras clássicas do cinema americano. O primeiro filme analisado é “O nascimento de uma nação” de D.W. Griffith, que visa a construção de um discurso patriótico nacionalista, mas que deixa claro as questões racistas que moviam a cultura do autor e do sul do país, de onde Griffith era natural. Outro filme analisado foi “Tempos Modernos”, de Charles Chaplin, que traz a crítica sobre a nova sociedade industrial que vinha despersonalizando o ser humano, cada vez mais robotizado por metodologias de produção em massa como o fordismo e o taylorismo. Por fim, o filma “Ombros, Armas”, também de Chaplin, que mostra como o discurso cinematográfico pode ser utilizado para legitimar ações belicistas entre nações.

Uma boa conclusão do artigo sobre o cinema vem no início do artigo, quando a autora deixa claro que o cinema nem é uma grande indústria maquiavélica, nem uma inocente obra de arte. O cinema é arte, mas também traz em si influências daqueles que patrocinam, do estado e da sociedade em geral.

O presente artigo é muito interessante para alertar o estudante sobre a pesquisa que deve realizar para fazer a correta leitura de uma obra cinematográfica. Não se pode considerar unicamente a imagem, descolada de inúmeros fatores históricos e sociais que permeiam a mensagem final emitida para o espectador.

Leia o artigo na íntegra pelo link abaixo:


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