Resenha do texto:
Cinema e História: o imaginário norte americano através de Hollywood.
Autora: Priscila Aquino
Silva
A
autora possui bacharelado e licenciatura em história pela Universidade Federal
Fluminense (UFF). Pela mesma instituição adquiriu titulação de mestrado e
doutorado em História Medieval, com estágio na Universidade Clássica de Lisboa.
Atualmente é pesquisadora e professora de História Medieval da Unilasalle-RJ.
Também possui graduação em Comunicação Social pela UERJ onde defendeu
monografia na área de comunicação e cinema.
No
presente artigo, a professora Priscila Aquino Silva tem por objetivos analisar
o período nascente do cinema norte americano, entrando em contato com a
sociedade americana do início do século XX e, também, demonstrar a necessidade
de se decodificar e interpretar a mensagem por trás da imagem reproduzida pela película
cinematográfica. Para tal, usará como pressupostos teóricos o princípio de Duby
que concebe a ideologia como representação do real, nunca o real em si.
Salienta
que por muito tempo a historiografia, de influência positivista, negava ao
cinema a legitimidade dos filmes como documentos históricos, sendo considerado
como distorção do passado. Por outro lado, a partir da escola francesa do
Annales o filme é tomado como canal através do qual se pode aferir testemunhos
da sociedade, sua mentalidade, costumes e ideologia.
Neste
sentido, a autora realiza a análise de três obras clássicas do cinema
americano. O primeiro filme analisado é “O nascimento de uma nação” de D.W.
Griffith, que visa a construção de um discurso patriótico nacionalista, mas que
deixa claro as questões racistas que moviam a cultura do autor e do sul do
país, de onde Griffith era natural. Outro filme analisado foi “Tempos Modernos”,
de Charles Chaplin, que traz a crítica sobre a nova sociedade industrial que
vinha despersonalizando o ser humano, cada vez mais robotizado por metodologias
de produção em massa como o fordismo e o taylorismo. Por fim, o filma “Ombros,
Armas”, também de Chaplin, que mostra como o discurso cinematográfico pode ser
utilizado para legitimar ações belicistas entre nações.
Uma
boa conclusão do artigo sobre o cinema vem no início do artigo, quando a autora
deixa claro que o cinema nem é uma grande indústria maquiavélica, nem uma
inocente obra de arte. O cinema é arte, mas também traz em si influências
daqueles que patrocinam, do estado e da sociedade em geral.
O presente artigo é
muito interessante para alertar o estudante sobre a pesquisa que deve realizar
para fazer a correta leitura de uma obra cinematográfica. Não se pode
considerar unicamente a imagem, descolada de inúmeros fatores históricos e
sociais que permeiam a mensagem final emitida para o espectador.
Leia o artigo na íntegra pelo link abaixo:
http://www.historia.uff.br/cantareira/novacantareira/artigos/edicao5/cinema.pdf
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