A crítica e os estudos literários podem colaborar com a historiografia?
A escrita da história pode colaborar com o estudo literário?
Qual a abrangência e limites da interdisciplinaridade entre história e estudo literário?
Estas são questões atuais que vem sendo objeto de estudo por intelectuais das duas disciplinas.
A historiografia periodicamente está presente nos estudos literários. Ocorre que nas últimas décadas esta preocupação voltou a ganhar força com a entrada da consciência histórica nos estudos literários.
Com base nesta interdisciplinaridade, podemos enumerar 3 momentos ou fases distintas:
1- Historicismo: Dominou o início dos estudos literários com a preocupação centrada nos fatores determinantes da história social e econômica. Analisavam os vínculos aparentes ou ocultos entre a literatura e eventos particulares ou, ainda, procurava mostrar o processo pelo qual uma obra literária trazia implícita o panorama mundial da época que foi escrita.
2- Nova Crítica (EUA - 1940): Mudou o foco do Estudo literário, acreditavam que o s textos possuíam significados e verdades essenciais não históricas que deveriam ser transmitidas. Por isso, a análise literária deveria se abster da análise contextual histórica.
3- Novo Historicismo: (a partir do inicio de 1980): Marxistas e feministas lideram um retorno à história, mas, agora, com foco voltado para a política da forma e a cultura.
Michel Foucault, inspirado por Nietzsche (Uso e abuso da história), introduz a perspectiva de, ao revés do talento individual dos autores, estudar as forças de dissipação, privilegiando a retórica das descontinuidades, lacunas e rupturas.
A questão de enfatizar a descontinuidade, na análise do processo histórico, é um recurso sine qua non para distanciar passado do presente e, assim, tirar o historiador de uma zona de conforto no estudo destas temporalidades. Neste sentido, influenciados por Foucault, os "novos historicistas" defendiam uma visão de história que enfatizasse o papel da representação e do discurso na vida social. Esta escola constitui importante movimento de releitura da história e da literatura nas últimas décadas.
O "novo historicismo" rejeita a ideia de História como um passado unitário diretamente acessível e a substitui pela concepção de "histórias", uma série contínua de construções humanas, cada uma representando o passado em momentos presentes específicos para propósitos específicos.
O campo da "memória" é onde ocorre maior convergência entre história e literatura. Há o interesse pelos teóricos literários e culturais pela memória como importante vínculo entre teoria e história. O foco dos estudos literários na memória social e na memória textual visa a libertação do tempo linear e da fixidez do passado.
Referência: Lambert, Peter. História: introdução ao ensino e à prática. 1a. edição. Editora Penso.
O "novo historicismo" rejeita a ideia de História como um passado unitário diretamente acessível e a substitui pela concepção de "histórias", uma série contínua de construções humanas, cada uma representando o passado em momentos presentes específicos para propósitos específicos.
O campo da "memória" é onde ocorre maior convergência entre história e literatura. Há o interesse pelos teóricos literários e culturais pela memória como importante vínculo entre teoria e história. O foco dos estudos literários na memória social e na memória textual visa a libertação do tempo linear e da fixidez do passado.
Referência: Lambert, Peter. História: introdução ao ensino e à prática. 1a. edição. Editora Penso.
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