(os quatro elementos: fogo, ar, terra e água)
Na Grécia, com o surgimento do movimento filosófico, o homem, pela primeira vez, passa a analisar os fatos da natureza com uma abordagem que se afasta das mistificações religiosas.
Por volta de 500a.C., os estudiosos gregos se voltaram para o estudo da estrutura que forma a matéria.
(Empédocles de Agrigento)
Empédocles, que era filósofo, médico e poeta, formulou a teoria dos quatro elementos fundamentais: terra, água, fogo e ar. Dizendo que tudo na natureza era o resultado da combinação daqueles elementos.
Em seguida, Aristóteles se filia a esta teoria e prevê que em se alterando a combinação e as propriedades destes elementos seria possível transmutar qualquer substância em outra.
(Leucipo de Milito)
Paralelamente, outros dois filósofos, Leucipo e Demócrito, apresentaram o modelo no qual a materia seria composta por pequenas partículas indivisíveis denominadas, por eles, de átomos. Por isso, sua corrente foi batizada de atomista.
(Demócrito e o modelo atômico)
Estava estudando este tema em meus velhos livros quando decidi escrever este artigo para ajudar a minha cansada memória. Ocorre que minhas esclerosadas sinapses neurais não memorizam os nomes Empédocles e Leucipo de forma alguma. É só fechar o material que no lugar de empédocles minha memória auditiva sussurra Eurípedes. Quanto a Leucipo é ainda pior, só me vem a mente o nome Licurgo, o gaúcho emo, ajudante de palco do guri de uruguaiana.
Voltando ao tema, o peso intelectual e elevado prestígio que Aristóteles possuía na comunidade pensante fez com que aceitassem como verdade a primeira teoria, dos quatro elementos, descartando a teoria dos átomos.
Note-se que, quando uma hipótese incorreta é tomada como verdadeira temos a construção do mito.
Este mito em particular, da teoria dos quatro elementos, durou mais de 2000 anos.
Baseados nesta teoria, os alquimistas cruzaram a idade média na busca da pedra filosofal, uma fórmula que transformasse qualquer substância em ouro. Por mais que suas experiências não tivessem êxito, jamais ousaram contestar Aristóteles.
(cena do filme: O Nome da Rosa )
Uma interessante abordagem sobre a construção dos mitos podemos ver no fantástico filme "O Nome da Rosa". A narrativa mostrava um isolado mosteiro cujo ancião abade responsável mantinha uma obra fictícia, atribuída a Aristóteles, que enaltecia o riso e a sátira, escondida na torre da biblioteca. O Abade não ocultava o livro somente por ser cômico, mas por ser de Aristóteles. E sendo assim, o povo poderia achar que seria lícito rir de tudo, poderiam rir até de Deus. E se o temor a Deus desaparece a igreja perde sua função.
Somente no sec. XVII, o químico Robert Boyle, após diversas experiências, afasta o modelo pregado por Aristóteles e retoma a ideia atômica.
Desta forma, como podemos observar, um mito pode paralisar uma pessoa ou toda a humanidade por muito tempo. Há que se ter cuidado com nossas verdades absolutas!
Muito bom seu trabalho, pena não conter referências, o que facilitaria a citação em trabalhos acadêmicos!
ResponderExcluirMeu nome é Fatima Cristina .
ResponderExcluirMe formei em História na Fahupe em 1979.
Na formatura minha turma se chamava Odin Cassius.
De vez em quando a gente se reune ;mais não conseguimos reunir todos.
Um abraço
Fatima