Os
achados fósseis submetidos aos métodos de datação do carbono 14 e do
argônio 40 apontam que a espécie humana surgiu na face do planeta há,
mais ou menos, dois milhões de anos. Desde os primeiros hominídios
paleantrópicos até o homo sapiens sapiens houve um série de
transformações físicas e orgânicas guiadas pela seleção natural das
mutações mais positivas para a melhor adaptação ao meio.
O
processo de hominização (formação do homem) se deu no continente
africano ainda coberto por extensa cobertura florestal. Neste período,
aquelas primeiras espécies próximas ao homem viviam nas árvores e tinham
alimentação basicamente vegetariana e de insetos. Porém, durante o
Plioceno as florestas africanas se transformaram nas savanas, gerando
uma nova pressão adaptativa. Na savana a disponibilidade de alimento
vegetal é muito menor e, assim, quem não se adaptasse a uma nova dieta
proteica, conseguida através da atividade de caça, tenderia a
desaparecer. Nós estamos aqui justamente por conta daqueles primeiros
homens terem conseguido realizar esta transição na dieta. Aliás, a
versatilidade alimentar do ser humano é um dos fatores que o levou a
dominar todo o globo. Nosso sistema digestório pode digerir uma boa
variedade vegetal, insetos (na China há espetinhos de escorpião e
gafanhotos vendidos nas feiras), peixes, aves, anfíbios, répteis e
mamíferos.
A
dieta rica em proteínas foi uma das causas do aumento do volume do
cérebro humano. Enquanto o volume cerebral dos australopitecus era de
600c.c. o do homem moderno é de 1350c.c. A maior capacidade cerebral
levou o homem para um novo paradigma adaptativo, que foi a dimensão da
produção de cultura. Neste momento, o homem deixa de se guiar puramente
pelos instintos e passa a ser um solucionador de problemas.
Contudo,
para que o homem se tornasse um caçador foi necessária uma
adaptação na postura física. Para que ganhasse um melhor campo de visão
sobre suas presas, a elevação do corpo para a postura ereta foi de suma
importância. Não apenas a visão é beneficiada pela postura ereta, como
os braços ficam liberados durante a caminhada ou a corrida para
manusearem artefatos de ataque (lanças, arcos e flechas, boleadeiras,
etc).
Ao
adotar o andar bípede, na posição ereta, outras modificações ocorreram
gradativamente com a nossa engenharia corporal. Uma delas foi o aumento da musculatura da região glútea. O quadril ficou
no centro de gravidade do corpo ereto, tendo sua musculatura uma
importante função na manutenção postural.
Hoje em dia as mulheres dão muito valor a esta musculatura glútea fazendo uma série de exercícios em academias para torná-la mais volumosa e sem estrias. Talvez, seja o resultado de uma pressão adaptativa de milhões de anos ainda atuando no inconsciente humano.
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