No SESC Pompéia, antes da palestra da filósofa americana Judith Butler, manifestantes conservadores, alinhados à chamada "bancada cristã" do Congresso, atearam fogo numa boneca que representava a palestrante aos gritos medievais de "queimem a bruxa".
Todo este cenário, que mais parecia saído do filme "as bruxas de Salém", foi motivado pela simples divergência de opinião. Tendo em vista que Judith Butler se notabiliza pelos trabalhos sobre a discussão das identidades de gênero (considerado como "doutrina" demoníaca para destruir a família, por parte dos religiosos conservadores) organizou-se uma grande manifestação em frente ao SESC para censurar e tentar cancelar a apresentação.
A censura e a perseguição a quem pensa diferente tem sido prática usual nos discursos proferidos por várias "autoridades" religiosas nacionais. É comum vermos alguns pastores se referindo a quem tem posição política diversa usando o termo "esquerdopata". Como se para ser cristão seja necessário que sua posição política seja de direita. E não é apenas isto, falam aos gritos e com ódio escorrendo pela boca. A mesma coisa ocorre em relação às pessoas que professam outra religião ou que possuem qualquer outro tipo de opinião diversa. Ou seja, para o sujeito ser aceito como "irmão" precisa abraçar o pacote de ideologias do líder da igreja. Esse tipo de coisa não é nada parecido com o comportamento do Jesus narrado nos evangelhos.
O fundo do poço é o caso dos "pastores deputados" que vez por outra aparecem discursando contra os direitos humanos. Um religioso contrário aos direitos humanos é uma das maiores contradições construídas nos tempos atuais. Além de ser uma grande ignorância quanto à extensão do significado, da história e do simbolismo dos assim denominados direitos humanos.
Não sou ateu. Construí minha visão religiosa, em boa parte, dentro da Igreja Católica. Porém, estas contradições, que também ocorrem na igreja romana, me levaram à condição de um crente não institucionalizado (sem igreja). Há pouco tempo, comentando a crise econômica atual, o Cônego que dirige a paróquia próxima de minha casa escreveu na rede social que o problema do governo foi dar dinheiro aos pobres (bolsas), que são preguiçosos. Não consigo ver uma fé genuína em quem faz esse tipo de afirmativa; quanto mais um sacerdote.
Por essas e outras, quando ouço aquela frase "venha ter um encontro com Deus" costumo dizer que, nos dias de hoje, é mais fácil termos um verdadeiro encontro com Deus em um hospital, num asilo e até na biblioteca, do que na maioria das igrejas.
Judith Butler fala sobre a manifestação:
http://www.bbc.com/portuguese/brasil-41820744
Participe do grupo "prophisto" de história Geral & Brasil no facebook:
https://www.facebook.com/groups/prophisto/
O fundo do poço é o caso dos "pastores deputados" que vez por outra aparecem discursando contra os direitos humanos. Um religioso contrário aos direitos humanos é uma das maiores contradições construídas nos tempos atuais. Além de ser uma grande ignorância quanto à extensão do significado, da história e do simbolismo dos assim denominados direitos humanos.
Não sou ateu. Construí minha visão religiosa, em boa parte, dentro da Igreja Católica. Porém, estas contradições, que também ocorrem na igreja romana, me levaram à condição de um crente não institucionalizado (sem igreja). Há pouco tempo, comentando a crise econômica atual, o Cônego que dirige a paróquia próxima de minha casa escreveu na rede social que o problema do governo foi dar dinheiro aos pobres (bolsas), que são preguiçosos. Não consigo ver uma fé genuína em quem faz esse tipo de afirmativa; quanto mais um sacerdote.
Por essas e outras, quando ouço aquela frase "venha ter um encontro com Deus" costumo dizer que, nos dias de hoje, é mais fácil termos um verdadeiro encontro com Deus em um hospital, num asilo e até na biblioteca, do que na maioria das igrejas.
Judith Butler fala sobre a manifestação:
http://www.bbc.com/portuguese/brasil-41820744
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