No último dia 03 de outubro os professores da UERJ anunciaram mais uma greve por conta dos constantes atrasos de salários sofridos pelos docentes da instituição. Além dos atrasados de salários ainda têm que trabalhar num ambiente sem a devida infraestrutura e manutenção, como salas sem lâmpadas e a precaríssima condição de limpeza.
Neste cenário, a sociedade carioca e fluminense apoia totalmente o movimento dos professores da universidade em mais uma tentativa de conseguir ter sua situação econômica e de trabalho restabelecida. Afinal, quem é que consegue trabalhar decentemente sem condições mínimas de higiene e infraestrutura e, principalmente, ter tranquilidade para se deslocar da casa para o trabalho sem ter dinheiro e com as contas atrasadas.
Assim, é legítimo que os funcionários e demais trabalhadores ligados à UERJ lancem mão da única arma que possuem que é o direito de greve. No entanto, as sucessivas greves parecem não sensibilizar o executivo estadual.
Acontece que a greve é uma ferramenta de pressão que tem a sua força sustentada sobre alguns pressupostos. Quando a greve ocorre na esfera privada a força do movimento grevista reside na paralisação dos meios de produção e consequente perda financeira do negócio. Afinal, os "patrões" não irão para a linha de produção. Quando a greve se dá na esfera do funcionalismo público será mais bem sucedida quando se trata de atividade estratégica para o governo, que não pode paralisar. E outro pressuposto para o sucesso grevista para o funcionalismo é o desgaste político que o executivo sofrerá com o movimento.
Ocorre que, joga contra os interesses dos docentes o fato do atual executivo do estado ser uma espécie de "governo zumbi". Trata-se de um governo que já morreu politicamente há bastante tempo. Sendo assim, não há como o movimento grevista dos professores causar estragos no capital político da atual administração. Para piorar, a educação e a ciência também não estão sendo tratadas pelos governos estadual e federal, que estão ocupados pelo mesmo partido, como algo importante e estratégico para a administração. Ao contrário, temos visto a execução de um dos maiores projetos de desmonte da educação pública superior no país em todos os tempos. Os enormes cortes de verbas nestas áreas são a prova do desmonte.
Neste contexto, a greve acaba não surtindo o efeito esperado. E ainda deve ser recebida com alegria por aqueles que desejam a precarização e privatização total do ensino superior. Pois a cada greve os telejornais fazem matérias alusivas às precárias condições na universidade. E não sejamos ingênuos em achar que a mídia está apoiando os professores. A constante veiculação de matérias mostrando as dificuldades enfrentadas pelos alunos são um incentivo para que parte do corpo discente faça transferência para faculdades privadas e que haja menor procura nos vestibulares. No final, esta "realidade" fabricada acabará legitimando o discurso de que é melhor privatizar a universidade.
Esta é a grande sinuca-de-bico em que a Associação dos Docentes da UERJ se encontra. A greve é a única ferramenta que o trabalhador possui para reivindicar seus direitos, mas as sucessivas greves atuais provavelmente são até estimuladas por um governo que tem o projeto de desmontar a educação pública superior.
Mesmo a via judicial é vista com suspeição nos dias atuais. A mobilização do judiciário por meio processual daria resultado prático ? Hoje, muitos juristas têm analisado e denunciado que parte do poder judiciário vem atuando de forma política e, talvez, a serviço do projeto político ora instalado no executivo. Inclusive, o professor e notável processualista penal Afrânio da Silva Jardim, que é docente da UERJ, tem repetidamente analisado a politização na atuação do judiciário.e do Ministério Público. Desta forma, será que o nosso judiciário teria a mesma celeridade para obrigar o governo a pagar os salários dos professores do que teve para prender um reitor de universidade que acabou se suicidando por conta da opressão vexatória ?
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Neste contexto, a greve acaba não surtindo o efeito esperado. E ainda deve ser recebida com alegria por aqueles que desejam a precarização e privatização total do ensino superior. Pois a cada greve os telejornais fazem matérias alusivas às precárias condições na universidade. E não sejamos ingênuos em achar que a mídia está apoiando os professores. A constante veiculação de matérias mostrando as dificuldades enfrentadas pelos alunos são um incentivo para que parte do corpo discente faça transferência para faculdades privadas e que haja menor procura nos vestibulares. No final, esta "realidade" fabricada acabará legitimando o discurso de que é melhor privatizar a universidade.
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Mesmo a via judicial é vista com suspeição nos dias atuais. A mobilização do judiciário por meio processual daria resultado prático ? Hoje, muitos juristas têm analisado e denunciado que parte do poder judiciário vem atuando de forma política e, talvez, a serviço do projeto político ora instalado no executivo. Inclusive, o professor e notável processualista penal Afrânio da Silva Jardim, que é docente da UERJ, tem repetidamente analisado a politização na atuação do judiciário.e do Ministério Público. Desta forma, será que o nosso judiciário teria a mesma celeridade para obrigar o governo a pagar os salários dos professores do que teve para prender um reitor de universidade que acabou se suicidando por conta da opressão vexatória ?
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