domingo, 15 de junho de 2014

O NACIONALISMO E A HISTÓRIA





O Século XIX consolida a perspectiva do Estado-Nação como força que se impõe aos destinos individuais e coletivos.

A história abandona as questões dinásticas e políticas, começa a examinar as sociedades, a evolução de suas instituições, seus modos de vida, movimentos populacionais (abre-se para a longa duração).

Encaminha-se como se o Estado-Nação, através da história, queira se sentir seguro de si, reconstruindo seu passado próximo ou distante, restaurado através de métodos científicos que garantam um conhecimento objetivo.

O conhecimento do passado nacional aparece como um meio de confirmar a unidade da comunidade reunida sob a autoridade de um mesmo Estado.

Nos EUA tentaram construir o sentido de nacionalidade e o fortalecimento do Estado através das Instituições. Há uma certa comparação com o Brasil do período Vargas.

O NACIONALISMO FILANTRÓPICO

Concebido como libertação nacional e primeira etapa no sentido de uma fraternidade universal dos povos da Europa.

é este sentido que guia todos os que se inspiram nas Declarações de 1787 e 1789 e no princípio da soberania nacional entendida como soberania do povo.

Contudo, o fracasso das revoluções democráticas vem acompanhado da ameaça ao equilíbrio europeu fundado na Santa Aliança dos Estados, por conta de um duplo conflito:

1- Conflito interno: nascido do desenvolvimento da ordem industrial e das reivindicações  de uma numerosa classe operária, miserável, porém cada vez mais consciente da sua força e cujos pontos de vista internacionalistas se afirmam.
2- Conflito externo: entre os Estados mais poderosos.

Este ambiente irá gerar um outro tipo de nacionalismo: o nacionalismo conservador.

NACIONALISMO CONSERVADOR

Apela para valores da tradição (família, terra, ancestrais), da moral do sacrifício, da renúncia e da obediência, para consumar o que existe e para denunciar a anarquia que resultaria de qualquer mudança que não fosse cuidadosamente controlada.

Esse nacionalismo tem caráter reacionário

Se inscreve na corrente de pensamento positivista e evolucionista. Apela para a razão e para os valores clássicos. Desconfia do romantismo, que conduziria a excessos.

Dois de seus defensores foram:

- Hyppolite Taine (1828-1893) - Afirmava que era preciso estabelecer um sistema que permitisse Às leis competentes calcular boas decisões e implantar uma educação da população que a previna contra a tirania de um só e contra a tirania de todos.

- Ernest Renan (1823-1892) - Ensinava a Nação como princípio espiritual, como alma do território, cuja sobrevivência e expansão devem ser o objetivo de todas as vontades.

Essa imagem da pátria irá encantar a direita que se considerava depositária da essência superior da Nação. Tem características xenófobas e antidemocráticas.

EXPANSÃO NACIONAL E IMPERIALISMO

Ao longo do século XIX, tanto a direita política, como o centro e a esquerda irão convergir - na França e na Inglaterra - em apoio ao empreendimento colonial.

Surgem discursos sobre "missão civilizadora" e "fardo do homem branco".

Na Alemanha, de Bismarck, ao se forjar o Segundo Reich, haverá uma concepção do povo e do Estado alemão abertamente racista.

"O nacionalismo tornou-se um elemento constitutivo da potência do Estado. Os temas que ele implica - unidade do território, unidade do povo, unidade da vontade - induzem facilmente a uma retórica que é assumida pelos governos autoritários.

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