No Brasil, se perguntarmos a qualquer cidadão a respeito da música de Portugal serão lembradas apenas algumas músicas folclóricas, o vira, e o fado, legítimo representante da musicalidade daquele povo. Sobre intérpretes, com muito esforço, serão citados a eterna Amália Rodrigues e o folclórico Roberto Leal.
Ainda assim, consiste em poucas referências culturais sobre este povo irmão que está na base da construção do Brasil, com os quais temos tanta identificação, notadamente a língua falada.
Isto ocorre, em parte, pelo isolamento cultural promovido pela grande mídia e, também, pelas produtoras fonográficas, em regra americanas, que divulgam apenas o que se produz nos EUA e, em menor escala, na Inglaterra.
Ocorre que, nos últimos tempos, tem havido um grande aquecimento e renovação da produção cultural em Portugal. Notadamente na música, novos grupos e intérpretes imprimem nova e sofisticada roupagem sem esquecer de suas raízes.
Talvez a crise que há anos vem se instalando no velho continente seja o indutor desta alavancada. Pois um povo de longa história e que se orgulha de sua cultura, principalmente da língua pátria, tende a encontrar em suas próprias raízes os meios e motivos para lutar por um futuro melhor.
Durante muito tempo o Brasil foi promotor mundial da lusofonia através de seus artistas. Pessoas como Chico Buarque, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Paulinho da Viola, ente tantos, apresentaram ao planeta uma destacada manifestação artística em forma de música.
Hoje, infelizmente, a música brasileira deixou de procurar ser arte para, tão somente, atender ao baixo mercado do entretenimento, apresentando uma produção cada vez mais pobre em qualidade.
Vivemos um momento de transição. A música brasileira tende a sair de cena e passar o bastão para a nova música lusitana ser aquela que irá irradiar nossa língua através da arte.
Grupos e intérpretes como Madredeus, Amália Hoje, Deolinda, Sétima Legião, Dulce Pontes, Sara Tavares, Pedro Abrunhosa, Antônio Zambujo, Ana Bacalhau, Sete Saias, Teresa Salgueiro, Cristina Branco, entre muitos outros, nos brindam com uma nova música portuguesa sofisticada, moderna e de extremo bom gosto e valor artístico.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário